O depoimento da advogada Bruna Morato, na CPI do Genocídio, expõe os crimes dos experimentos macabros da Prevent e mostra como a clínica agia em articulação com o governo.
O que nos conforta e nos fortalece é o seu exemplo inspirador.
Bruna Morato está enfrentando com destemor o poder econômico e o fascismo político.
É um exemplo aos que se encolhem diante do avanço do bolsonarismo e das ameaças dos que tentam calar médicos, jornalistas, advogados, servidores públicos, promotores, juízes e militantes da democracia.
O momento é de bravura, não é de acovardamento.
O fascismo cresce e avança à sombra dos medos, das desculpas e das omissões.
É uma mulher, é uma advogada enfrentando com valentia os machos ameaçadores da extrema direita nazista e genocida.
É o mais importante e chocante depoimento na CPI do Genocídio, porque detalha a ação do governo como patrocinador dos ‘experimentos’ com a cloroquina ministrada a idosos.
A advogada está mostrando como o bolsonarismo criou o seu campo de concentração para matar e esconder as causas das mortes.
Parabéns, doutora Bruna Morato.
Leia também:
1 – Diogo Mainardi acusa operadora de saúde de tentar ocultar morte de seu pai bolsonarista por covid
2 – “Gabinete paralelo” que levava dados da empresa ao governo se baseou em charlatão americano
VÍDEO – Bruna Morato calou o bolsonarista Marcos Rogério na CPI
A advogada bateu boca com o senador bolsonarista Marcos Rogério (DEM-RO) durante o testemunho.
Como de costume, o parlamentar tentou tumultuar o depoimento, um dos mais impactantes da comissão até agora.
Morato representa os médicos que denunciaram a operadora de saúde, investigada por ter usado o “kit covid” como item de venda e ocultado mortes em estudo sobre a cloroquina.
Segundo Marcos Rogério, quem deveria estar depondo são os médicos, e não a advogada, porque ela não é uma testemunha.
Ele começou a ser massacrado pelos senadores. Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que o bolsonarista faltou à aula de processo penal e que existem testemunhas diretas e indiretas.
Já Bruna Morato acabou com o senador: “Se o senhor desconhece as prerrogativas e a função do advogado, infelizmente não tem qualificação para estar me inquirido”, disse ela.
“Essa descompostura que o senhor tem para tentar desqualificar a denúncia só mostra que vocês não têm qualquer condição técnica para tentar contestar os fatos”, completou.