Vitimado por um câncer devastador no sistema digestivo, contra o qual lutava desde maio de 2019, Bruno Covas morreu neste domingo (16).
O prefeito reeleito no ano passado é o terceiro tucano a ser eleito e não terminar o mandato na prefeitura de São Paulo.
José Serra deixou a administração para se candidatar ao governo do estado, em 2006. Em 2018, João Doria repetiu o roteiro e Covas entrou em seu lugar.
Com a morte de Bruno, assume o vice, Ricardo Nunes (MDB).
Formado em Direito e em Economia, Bruno Covas se filiou ao PSDB em 1997 e cresceu no ambiente político escorado na história do avô, Mário, que foi senador e governador de SP.
Entrou no partido através da Juventude tucana, onde militou por vários anos.
Foi eleito deputado estadual em 2006 e reeleito em 2010.
Em 2011, licenciou-se do cargo para assumir a Secretaria do Meio Ambiente na gestão do governador Geraldo Alckmin.
No comando da pasta, foi criticado por desmontar programas e especialmente a boa estrutura dos parques estaduais, criada pelo secretário anterior, Xico Graziano – adversários o acusaram de nomear aliados políticos no lugar do pessoal técnico.
Bruno foi eleito deputado federal em 2014.
Votou a favor do ‘teto de gastos’, proposto por Michel Temer e que retirou recursos da Saúde e da Educação, e teve atuação destacada no processo que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma.
Como prefeito, teve uma atuação discreta, com boa presença na área cultural, notadamente no Carnaval de blocos, programa iniciado por Fernando Haddad e que teve continuidade na sua gestão.
Bruno retirou o direito de idosos de 60 a 65 anos de viajarem gratuitamente no transporte público e liberou a instalação de pedras pontiagudas sob o viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida, na avenida Salim Farah Maluf, Zona Leste de São Paulo – removidas a marretadas pelo padre Júlio Lancelotti, defensor da população de rua.
Era vendido pelos simpatizantes como “uma renovação do tucanato”.
Com a boa votação no ano passado – teve 59,38% dos votos válidos contra Guilherme Boulos, do PSOL, no segundo turno, chegou-se a cogitar sua candidatura para o governo de São Paulo, de forma que pudesse repetir o caminho trilhado pelo avô.
A doença, porém, interrompeu prematuramente a continuidade da carreira do jovem prefeito. Bruno tinha apenas 41 anos.