Caetano e a velhice: “Não creio que ser jovem significa necessariamente ser mais feliz”

Atualizado em 23 de setembro de 2019 às 22:56
Caetano Veloso. Foto de Guido Adler/Reprodução/Facebook

Publicado originalmente na fanpage de Facebook do autor

POR CAETANO VELOSO

Vivo a velhice com curiosidade. Reconheço os incômodos e as limitações mas não creio que ser jovem significa necessariamente ser mais feliz. Há uma alegria na juventude – a alegria física da intensidade do sexo e da impressão de grande distância da morte – que é inegável.

Mas alguém pode ser muito infeliz aos 25 e muito mais feliz aos 80. Quando escrevi “O homem velho” eu ainda não sentia as diferenças do envelhecimento.

Apenas percebia que estava me aproximando. E meu pai tinha morrido (aos 82). Agora, diante de convites para irmos à China, ao Japão e à Oceania, só fecho com Tom na tendência a não aceitar por causa da velhice. Voos longos são terríveis para um organismo senil. Muitos dias são necessários para a gente se recuperar.

Mesmo assim, ainda estou em dúvida quanto à ida à Ásia. 

Depoimento de Caetano Veloso em entrevista para El Tiempo