O comentarista Caio Ribeiro enfim pode soltar o grito da garganta e anunciar o fim do tratamento contra o câncer. Ele está curado do Linfoma de Hodgkin.
O Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático (linfonodos ou gânglios) — conjunto composto por órgãos e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo.
Com exclusividade, o ex-atleta contou ao DCM como foi a luta. Falou também, obviamente, do assunto que mais gosta: futebol.
O comentarista da Globo elogiou o craque Neto, que foi solidário num momento difícil, após os dois terem se afastado nos últimos tempos, comentou a final da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo e se mostrou desanimado com o São Paulo na temporada – segundo Caio, o Tricolor do Morumbi está olhando mais para baixo que para cima na tabela.
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Confira a entrevista.
DCM: Como descobriu a doença?
Caio Ribeiro: Eu descobri a doença fazendo fisioterapia.
Eu tenho o joelho mais judiado, então eu faço uma certa rotina, fisioteraoia de prevenção, alongo bastante para não ter problema, e no final tem um alongamento.
E na hora que ele pegou o meu pescoço para dar uma olhada, uma alongada, descobriu que tinha um caroço. Achou estranho que na semana seguinte o caroço ainda estava lá e ele falou vai dar uma olhada.
Então foi meu fisioterapeuta que descobriu esse carocinho no pescoço e pediu para que eu fosse fazer o exame. Daí eu acabei descobrindo o linfoma e comecei já o tratamento do câncer.
O que muda a partir de agora?
Eu acabei a quimioterapia. Foram dois meses de tratamento, graças a Deus eu refiz o pet scan e o linfoma sumiu. Não tem mais nenhum tipo de câncer no meu corpo. Resposta 100% positiva ao tratamento.
Agora eu espero mais uns 10 ou 15 dias, que é o tempo do remédio sair do corpo, e dar uma limpada em relação à quimioterapia. Depois, faço uma radioterapia por prevenção.
A rádio é super tranquila, são duas semanas, 10 minutos de sessão. É um laser que isola a parte onde apareceu o linfoma para que nunca mais apareça nesse local.
Essa semana mesmo, no máximo a semana que vem, eu devo estar vltando ao estúdio, fazendo já os jogos presencialmente, participando dos programas e então a vida volta ao normal.
Vai torcer para quem na final da Libertadores?
A gente depois que vira comentarista não torce mais.
Você perde essa indentidicação clubística, essa paixão de torcedor. Eu gosto muito do Flamengo, sou muito grato ao clube porque tive o orgulho de vestir essa camisa e tenho grandes amigos lá.
Inclusive durante o tratamento eles mandaram uma camisa do atual modelo com uma hashtag #ForçaCaio.
Eu tenho mais ligações afetivas com o Flamengo.
Mas a minha esposa é palmeirense, a família dela é palmeirense, a minha relação com o Palmeiras desde minha época de jogador sempre foi de muito respeito.
Eles tentaram me levar duas vezes. Quando eu comecei a comentar os jogos virou uma relação de muito carinho, de muitas proximidade.
Sobre a final eu acho que são times de modelos de jogo diferente: o Flamengo é mais talentoso, é um time que propõe mais o jogo, que tem mais volume ofensivo, enquanto o Palmeiras aposta tudo num sistema mais defensivo.
Um time que marca no campo de defesa e sai forte no contraataque.
Tem muita velocidade pelos lados do campo, com o Dudu, Wesley, com o Rony.
São dois times que vêm se enfrentando: o Palmeiras tem tido dificuldade nesse confronto direto, mas é um jogo só.
É decisão, é Libertadores, o Palmeiras é o atual campeão.
Hoje eu acho que está 55% para o Flamengo com 45% para o Palmeiras.
Mas tudo pode acontecer. São dois gigantes, duas camisas pesadas.
Eu não vou torcer. Vou desfrutar de uma grande decisão.
E o São Paulo vai ou não vai?
Eu confesso que me decepciona um pouquinho o atual momento do São Paulo, depois que caiu fora da Libertadores e da Copa do Brasil.
Eu imaginava que o time, com a semana livre para trabalhar, focado num só competição, fosse reagir.
Acho que ainda dá tempo, que ainda dá para buscar uma Libertadores.
O problema é que o São Paulo não ganha de ninguém.
Empata com o América, depois empata com o Galo que é um grande resultado pois hoje o Atlético Mineiro é mais forte que o São Paulo.
Aí ele encaminha a vitória contra a Chapecoense e empata novamente.
Então não adianta ter no papel um grande time, um grande treinador, sonhar com grandes coisas na competição se você não busca os três pontos.
Quando vai empatando você não sai do lugar.
Tanto que o São Paulo hoje tem que olhar muito mais para baixo, para os times do rebaixabento do que para cima.
Agora, pelo potencial que eu vejo no time, porque pelo que esse time já demonstrou na temporada, ainda dá tempo de buscar, mas tem de voltar a vencer.
Caio Ribeiro elogia Neto
O que achou do Neto te elogiar no programa dele?
A minha relação com o Neto assim como com 99% das pessoas da imprensa é de muito respeito, muito carinho.
O Neto sempre foi meu amigo.
Depois ele andou falando umas coisas de mim que eu acho que não foram as mais legais do mundo, e a gente se afastou.
No momento em que ele perdeu o irmão eu mandei uma mensagem para ele, de solidariedade, de apoio, para ele ficar bem, se precisasse de qualquer coisa, e agora no momento do meu tratamento ele foi muito carinhoso mesmo.
Tanto no ar como me ligou. A gente bateu um papo, e acho que retomou um pouquinho da amizade.
Faz parte. As vezes a gente tem, não eu e o Neto, mas a imprensa da uma maneira geral, você está sempre exposto.
Você está toda hora falando e as vezes fala alguma coisa que não cai bem para alguém, ouve alguma coisa que não fica muito satisfeito, mas acho que é todo mundo maior de idade, pai de família, vacinado.
Tem que saber lidar com isso. Eu tenho muito respeito pelo Neto e por tudo que ele conquistou na carreira dele.