A coligação Amor por São Paulo entrou com ação na Justiça Eleitoral contra a última pesquisa DataFolha sobre as eleições paulistanas divulgada no último dia 10 de outubro. O instituto não informou as alterações aplicadas nos resultados originais da pesquisa, que resultaram em números mais positivos para o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) do que os coletados na pesquisa de campo.
O método empregado nas pesquisas eleitorais para amostragem considera as proporções reais da população nos principais segmentos demográficos – gênero, idade e escolaridade, por exemplo – para retratar da forma mais próxima possível a totalidade dos eleitores da região pesquisada. Quando a amostra se distancia desses valores de referência, os dados podem ser ponderados para aumentar essa aproximação.
A pesquisa Datafolha registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previa este tipo de ponderação, mas apenas para as informações de gênero, idade e escolaridade. No entanto, tendo acesso aos dados brutos do instituto, os resultados divulgados variaram além do esperado se fossem apenas essas as ponderações.
A intenção espontânea de voto para o segundo turno, por exemplo, apresentava uma diferença de 2 pontos percentuais entre Nunes e Boulos. Mas, após a ponderação, essa diferença aumentou para 12 pontos.
O resultado sobre a rejeição aos candidatos também foi alterado em relação aos valores originais, tornando-se mais positivo para Nunes, com 3,8 pontos percentuais acima para certeza de voto, e 4,7 p.p. abaixo para rejeição, enquanto para Boulos o valor é reduzido para certeza de voto em 6,7 p.p. e aumentado em 6,5 p.p. para a rejeição.
Tais mudanças nos resultados de intenção de voto não são compatíveis com a ponderação divulgada pelo Datafolha, que alterou os dados demográficos em valores que não chegaram a 2 pontos percentuais.
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