Mesmo após ter sido alvo de todos candidatos e perder a paciência durante a discussão com o Padre Kelmon (PTB), os aliados do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliaram que o petista foi melhor no debate da Globo, na noite desta quinta-feira (29), do que no confronto anterior, na Band.
Marco Aurélio de Carvalho, o advogado e coordenador do grupo Prerrogativas, ligado à campanha petista, compreendeu que Lula demonstrou vigor, energia e disposição para debater as propostas para o Brasil e que não pode ser o responsabilizado pelo baixo nível que o debate atingiu em certos momentos.
“Isso dependia dos candidatos que tiveram a oportunidade de enfrentá-lo e preferiram discursos fáceis e palavras agressivas, na estratégia de desgastá-lo e evitar a vitória no primeiro turno”, disse ele.
“A percepção geral da campanha é que ficou claro que Lula está preparado para os desafios do Brasil. Ficou clara a contraposição de imagens entre um país agressivo e virulento, que temos hoje, e o que tínhamos e podemos voltar a ter”, acrescentou Carvalho, ao comparar petista ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
“O saldo final é parecido com o que tínhamos antes: estamos com chances reais de vencer no primeiro turno”, afirmou, sobre o resultado do petista nas últimas pesquisas.
A campanha do petista, em público, não mostrou se incomodar com a áspera discussão de Lula com o candidato Kelmon. Naquele momento, o debate precisou ser interrompido pelo jornalista e apresentador William Bonner.
“Se não tivesse respondido à altura, hoje estariam falando que ele teve uma postura amedrontada e ele ficaria numa posição ruim diante da própria militância. Dizer que ele caiu numa armadilha é estupidez”, opinou o advogado sobre a situação, contrariando a percepção geral sobre o episódio.
Já em relação aos outros candidatos, a campanha petista considerou que a senadora Simone Tebet (MDB) foi a “segunda colocada” no debate.
“O sentimento geral, além de que o joguinho de Bolsonaro com o padre não agradou, é que a Tebet terminará à frente de Ciro Gomes (PDT)”, informou Carvalho.
“E a surpresa foi a péssima atuação do Felipe D’Ávila (Novo), que nos fez sentir saudades do João Amoêdo. O Amoêdo não tinha voto, mas tinha dignidade. O D’Ávila não tem voto e, se tinha dignidade, a perdeu depois de servir de ‘escada’ para o Bolsonaro”, encerrou o advogado.