O avanço da desinformação na campanha de Donald Trump para a presidência dos EUA, segundo informações do colunista Jamil Chade, do Uol, revela que a mentira já se consolidou como uma ferramenta central para o republicano.

Em um dos debates, Trump afirmou que imigrantes estavam comendo animais de estimação de americanos, uma alegação completamente falsa, mas que foi reforçada por uma operação organizada por seus aliados. O mais surpreendente, segundo Chade, foi a naturalidade com que o ex-presidente mentiu, sem qualquer hesitação.

A cobertura da campanha de Trump envolve uma constante mistura de teorias da conspiração, deboches contra adversários e ataques à imprensa tradicional.

Os democratas, nas redes de apoio a Trump, são simplesmente chamados de “a esquerda”, e as alegações de que Joe Biden jamais venceu a eleição de 2020 continuam a ser difundidas. Trump chegou até a descrever a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, como um “dia do amor”, em uma tentativa de reescrever a história.

Os ataques a figuras democratas, como Kamala Harris, são recheados de misoginia e desrespeito. Harris é frequentemente descrita como “não muito inteligente” e ridicularizada por sua forma de rir. Ao mesmo tempo, os republicanos promovem a ideia de que seus candidatos estão “mais armados”, sugerindo que possuem uma postura mais forte e combativa.

Nas redes sociais, circulam montagens criadas por Inteligência Artificial mostrando Trump ao lado de eleitores negros, numa tentativa de atrair esse público para o voto republicano. A realidade, porém, é que mais de 75% dos afro-americanos apoiam os democratas, fato completamente ignorado por esses materiais de campanha. A desinformação se estende também a falsas alegações de que Biden estaria facilitando o voto de imigrantes ilegais, sem apresentar qualquer prova.

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