A jornalista Eliane Cantanhêde passou um pano inacreditável para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.
Tarcísio inventou, ao lado de seu candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), que o PCC deu um “salve” orientando votos em Guilherme Boulos, do PSOL.
Eliane contou na GloboNews que conversou com Tarcísio e o bolsonarista lhe “admitiu que foi um erro e que foi falta de malícia, falta de sacada política”.
Segundo ela, Tarcísio “não sabia que esse assunto viria à frente. Ele não convocou a entrevista para isso e foi pego de surpresa”. Ainda de acordo com a comentarista, o governador lamentou ter citado Boulos.
“Ele também disse que sabia que Ricardo Nunes venceria com uma margem muito grande. ‘Para que eu iria criar tumulto e tirar a grandeza da vitória?’”.
Tarcísio falou, sem prova alguma, que conversas de integrantes da facção criminosa foram interceptadas com orientações para votar no psolista. A cascata foi publicada, de maneira acrítica e canalha, pelo Metrópoles e pela Folha de S.Paulo.
. @ECantanhede conversou com o governador de SP sobre a afirmação de que uma facção criminosa teria pedido votos para Guilherme Boulos. “Tarcísio de Freitas admitiu que foi um erro e que foi falta de malícia, falta de sacada política…”. O governador também destacou que Ricardo… pic.twitter.com/tC7Eia987H
— GloboNews (@GloboNews) October 27, 2024
A Polícia Federal desmentiu. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) declarou que não recebeu nenhum relatório ou informação oficial sobre a história.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, afirmou que “a nossa inteligência não detectou qualquer recomendação de facções para este ou aquele candidato neste segundo turno nas capitais.”
Para Boulos, a “declaração é irresponsável e mentirosa” e “crime eleitoral”. Ele entrou com uma notícia crime no Tribunal Superior Eleitoral contra Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes.
O relator será o ministro Nunes Marques. Cabe à presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, decidir se abre ou não uma investigação.
Mais uma vez, a Justiça eleitoral mostra que não serve para nada.