É certo que aos olhos do Brasil o estado mais alinhado com o golpismo bolsonarista é Santa Catarina.
É de lá, por exemplo, que Luciano Hang, da Havan, comanda a tropa que marcha com o mandatário rumo a um país imaginário comandado por um genocida que se dedica a convencer a população a se armar para fazer justiça com as próprias mãos.
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Agora vemos que o Rio Grande do Sul segue pelo mesmo caminho, pelo menos sob a ótica da imprensa.
Os dois principais jornais de Porto Alegre não deixam dúvidas disso: estampam em suas capas nesta segunda, 8, um dia após a fracassada tentativa de golpe, manchetes no melhor estilo ‘ame-o ou deixe-o’ que marcou época nos tempos de ditadura militar.
“Encorajado por força dos atos, Bolsonaro fala em ignorar STF”, estampa o tradicional Zero Hora, ignorando o fiasco de público em Brasília e os 150 mil – menos de 10% do público esperado – zumbis que acompanharam os delírios do genocida na avenida Paulista.
“Manifestações mobilizam multidões pelo Brasil”, escreveu o Correio do Povo.
Multidões?
Especialistas dizem que os leitores de jornais diminuem a cada dia porque envelhecem e não se renovam – as novas gerações estão plenamente adaptadas aos mecanismos digitais e evitam sujar as mãos de tinta e carregar peso no caminho das escolas, universidades, trabalho.
Talvez seja o suficiente para explicar tamanha sandice.
Os atos não só fracassaram do ponto de vista do público como também político. Bolsonaro discursou só, sem nenhuma figura de expressão ao seu lado.
General Mourão, o vice, preferiu viajar para a Amazônia a ter de participar do encontro chamado pelo capitão na manhã desta quarta para avaliação do evento.
Câmara, senado, STF, governos estaduais, partidos, líderes empresariais. Todo mundo se mobilizando para decidir o que fazer com um idiota que por um acaso do destino se elegeu presidente e agora atua para incendiar o país.
Não há o que justifique alguém pagar por um jornal desses
E os jornais do RS tentando convencer seus leitores do contrário: ou esses leitores já perderam a visão ou morreram e alguém esqueceu de enterrá-los.
Não há outra explicação para justificar alguém que compra um troço desses nas bancas.