Capitalismo da catástrofe: Eduardo Leite aproveita tragédia no RS para retomar privatização da Educação

Atualizado em 5 de junho de 2024 às 12:18
Escola do Rio Grande do Sul inundada. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Por Luiz Müller

O CPERS, por meio de seu Conselho Geral, repudia veementemente a decisão do governo Eduardo Leite (PSDB) de avançar na privatização da educação, entregando à entidade privada Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (SESI) a responsabilidade pela reestruturação de escolas no estado, em meio à catástrofe climática.

O SESI, controlado pela cúpula industrial do país, não tem histórico nem legitimidade para desempenhar um papel tão fundamental na reconstrução e no suporte psicopedagógico das escolas públicas.

A imposição representa um ataque direto à gestão democrática das instituições de ensino, minando os direitos das comunidades, estudantes e educadoras(es).

Contestamos também a postura da secretária da educação, Raquel Teixeira, que demonstra entusiasmo ao firmar parcerias público-privadas com o SESI, destinando vultuosos recursos públicos para esta entidade patronal em detrimento de investimentos diretos nas escolas e suas comunidades escolares.

Neste momento de calamidade em que vivemos no Rio Grande do Sul, com centenas de municípios afetados e escolas destruídas, se prova, mais uma vez, a necessidade de investimentos em políticas públicas educacionais, com contratações nos quadros de professoras(es) e funcionárias(os), e o apoio às comunidades escolares.

A secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, e o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB). Foto: Divulgação

Como educadoras(es) comprometidas(os) com a autonomia, o senso crítico e a gestão democrática, exigimos o fim imediato das parcerias público-privadas na educação e a destinação adequada de recursos para reconstrução das instituições de ensino afetadas pela catástrofe.

Além disso, é fundamental ressaltar a urgência e a importância dos concursos públicos para aprimorar a qualidade das escolas estaduais. Em vez de contratos temporários e medidas paliativas, investir em concursos públicos para a contratação de profissionais qualificados é essencial para garantir uma educação de excelência, além de promover a estabilidade e a continuidade de professoras(es) e funcionárias(os) das instituições de ensino gaúchas.

O CPERS reafirma o seu compromisso com uma educação transformadora, que promova a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral das cidadãs e cidadãos. Nos posicionamos firmemente contra qualquer tentativa de privatização que ameace esses princípios fundamentais.

Se no Manifesto acima o CPERS reafirma seu compromisso com a Educação Pública e de Qualidade, já o Governador Eduardo Leite reafirma sua disposição de Privatizar a Educação Pública do Rio Grande, aproveitando-se para isto de momentos de desgraça como estamos vivendo.

Publicado originalmente no blog do autor

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