A Polícia Federal encontrou trocas de mensagens entre assessores do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Segundo agentes da corporação, o próprio parlamentar chegou a pedir informações sigilosas de inquéritos relacionados ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e seus irmãos.
Os pedidos, de acordo com policiais federais, eram feitos via WhatsApp e Ramagem respondia diretamente pelo aplicativo. Carlos foi alvo de operação da PF nesta segunda (29) e o ex-chefe da Abin, que também é investigado, foi alvo de buscas na semana passada.
O vereador é suspeito de se beneficiar de informações do esquema ilegal de espionagem da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), com o software de monitoramento FirstMile. Ele, que fugiu de lancha com a família após saber que seria alvo da operação, teve o celular apreendido por agentes.
Segundo a corporação, a Abin usou o software espião para monitorar adversários políticos e outras autoridades durante o governo Bolsonaro.
A ferramenta, desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), era operada sem qualquer controle formal de acesso pela equipe de operações da agência de inteligência. A PF aponta que foi criada uma estrutura, a “Abin paralela”, para fazer uso do software.
Os alvos do inquérito devem ser responsabilizados pelos crimes de invasão de dispositivo alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas sem autorização judicial.