Ao abordar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em sua casa de praia no município de Angra dos Reis, a Polícia Federal (PF) precisou negociar com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e os irmãos, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP) para que ele colaborasse com os agentes.
A nova fase da operação investiga o suposto uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos e obter informações sobre investigações contra a família do ex-presidente
Os advogados da família relataram que Bolsonaro, Flávio e Carlos saíram para pescar antes das 6h e, ao tomarem conhecimento das buscas em sua residência, retornaram imediatamente para acompanhar o mandado judicial.
Segundo uma fonte da PF ouvida pelo G1, testemunhas na região indicaram que o grupo saiu por volta das 6h40. No entanto, a PF já estava na casa de Carlos Bolsonaro no Rio de Janeiro e na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro nesse momento.
Confira imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro, de Carlos e Eduardo Bolsonaro saindo de casa em Angra dos Reis, sul fluminense, já acompanhados de agentes da PF, que cumprem mandado de busca e apreensão.
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— GloboNews (@GloboNews) January 29, 2024
“Agentes da Polícia Federal estiveram no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio na manhã desta segunda-feira (29), para cumprir mandado judicial de busca e apreensão. A diligência ocorreu das 7h às 9h, e foi acompanhada pela segurança da Casa e um assessor do parlamentar”, diz a nota da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
A PF iniciou as buscas na residência de Carlos por volta das 8h40. Às 9h30, conforme a fonte, as tratativas com familiares começaram para garantir a apresentação de Carlos durante a operação. O vereador chegou à casa por volta das 11h, acompanhado do pai.
Eduardo Kuntz, advogado da família, destacou que o grupo estava sem sinal e só ficou sabendo da busca às 10h, quando um segurança retornou para buscar combustível e viu mensagens sobre a operação.
Carlos Bolsonaro mostrou a casa revistada pela Polícia Federal. É normal a PF fazer isso com investigados. O que não é normal é vereador ter mansão. pic.twitter.com/u6KtyyA8an
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) January 30, 2024
Veja a cronologia do evento:
5h: Segundo o advogado Fabio Wajngarten, ex-presidente e filhos saem para pescar. Testemunhas indicam que foi mais tarde, às 6h40.
6h10: Agentes da PF chegam à Câmara dos Vereadores do Rio e ao condomínio Vivendas da Barra, onde Carlos tem casa.
6h40: A PF entra na casa de Carlos no condomínio, segundo fonte da PF.
6h40: Carlos, segundo vizinhos, sai da casa de Angra para pescar com o pai.
7h: Início das diligências no gabinete de Carlos na Câmara dos Vereadores.
8h40: A PF começa as buscas na casa de Angra.
9h30: A PF inicia negociações com familiares para que Carlos se apresente.
10h57: Carlos Bolsonaro e o pai, Jair, são vistos chegando à casa de Angra quase às 11h.
A busca na casa de Carlos Bolsonaro faz parte de uma continuação das investigações sobre o suposto esquema criminoso que teria utilizado a Abin para ações ilícitas, incluindo monitoramento político e obtenção de informações pessoais.