Carlos foi convencido por Bolsonaro a colaborar com a PF durante operação no RJ

Atualizado em 30 de janeiro de 2024 às 15:46
O vereador Carlos Bolsonaro durante operação da PF. Foto: reprodução

Ao abordar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em sua casa de praia no município de Angra dos Reis, a Polícia Federal (PF) precisou negociar com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e os irmãos, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP) para que ele colaborasse com os agentes.

A nova fase da operação investiga o suposto uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos e obter informações sobre investigações contra a família do ex-presidente

Os advogados da família relataram que Bolsonaro, Flávio e Carlos saíram para pescar antes das 6h e, ao tomarem conhecimento das buscas em sua residência, retornaram imediatamente para acompanhar o mandado judicial.

Segundo uma fonte da PF ouvida pelo G1, testemunhas na região indicaram que o grupo saiu por volta das 6h40. No entanto, a PF já estava na casa de Carlos Bolsonaro no Rio de Janeiro e na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro nesse momento.

“Agentes da Polícia Federal estiveram no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio na manhã desta segunda-feira (29), para cumprir mandado judicial de busca e apreensão. A diligência ocorreu das 7h às 9h, e foi acompanhada pela segurança da Casa e um assessor do parlamentar”, diz a nota da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

A PF iniciou as buscas na residência de Carlos por volta das 8h40. Às 9h30, conforme a fonte, as tratativas com familiares começaram para garantir a apresentação de Carlos durante a operação. O vereador chegou à casa por volta das 11h, acompanhado do pai.

Eduardo Kuntz, advogado da família, destacou que o grupo estava sem sinal e só ficou sabendo da busca às 10h, quando um segurança retornou para buscar combustível e viu mensagens sobre a operação.

Veja a cronologia do evento:

5h: Segundo o advogado Fabio Wajngarten, ex-presidente e filhos saem para pescar. Testemunhas indicam que foi mais tarde, às 6h40.

6h10: Agentes da PF chegam à Câmara dos Vereadores do Rio e ao condomínio Vivendas da Barra, onde Carlos tem casa.

6h40: A PF entra na casa de Carlos no condomínio, segundo fonte da PF.

6h40: Carlos, segundo vizinhos, sai da casa de Angra para pescar com o pai.

7h: Início das diligências no gabinete de Carlos na Câmara dos Vereadores.

8h40: A PF começa as buscas na casa de Angra.

9h30: A PF inicia negociações com familiares para que Carlos se apresente.

10h57: Carlos Bolsonaro e o pai, Jair, são vistos chegando à casa de Angra quase às 11h.

A busca na casa de Carlos Bolsonaro faz parte de uma continuação das investigações sobre o suposto esquema criminoso que teria utilizado a Abin para ações ilícitas, incluindo monitoramento político e obtenção de informações pessoais.

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