Às vésperas das eleições presidenciais em 2022, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram comprar equipamentos para hackear e espionar jornalistas e o sistema de informática do Estado. As tentativas de comprar as ferramentas ocorreram durante viagens oficiais para o exterior. A informação é da coluna de Jamil Chade no UOL.
Uma das tentativas de comprar o equipamento ocorreu na “Dubai AirShow”, em novembro de 2021. Na ocasião, um membro do gabinete do ódio entrou no stand de Israel para avaliar uma poderosa ferramenta espiã. A ideia era usar o item naquele ano eleitoral e a busca pelo objeto ocorreu durante viagem do então presidente para o evento.
O membro do governo Bolsonaro que buscou o equipamento na ocasião é perito em inteligência e contrainteligência. Ele responde extraoficialmente ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e fazia parte da comitiva presidencial e conversou com um representante da empresa DarkMatter.
A empresa consultada é feita com programadores israelenses de uma força de hackers de elite vinculada ao Exército do país, a Unidade 8200. A sede da DarkMatter é em Abu Dhabi e desenvolve sistema capazes de invadir computadores e celulares.
Outra frente do gabinete do ódio tentava conversar com a empresa Polus Tech para obter outros programas espiões. O próprio vereador Carlos tentou emplacar a compra da ferramenta Pegasus, usada para espionagem, da empresa israelense NSO Group, em licitação pública de 2021.