Carluxo é alvo da PF em depoimento de ex-ministro de Bolsonaro; entenda

Atualizado em 8 de novembro de 2024 às 17:59
Carlos Bolsonaro, vereador do Rio e segundo filho de Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

A Polícia Federal interrogou o general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), sobre possíveis ligações da família do ex-presidente com israelenses responsáveis pelo fornecimento do software espião FirstMile. Este sistema, utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, teria sido empregado para monitorar ilegalmente políticos, juízes, jornalistas e outros opositores do governo de extrema-direita.

A apuração centrou-se em questionamentos sobre o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), segundo filho de Jair. Uma das informações coletadas indica que membros da família do ex-presidente teriam se reunido com representantes da empresa israelense Cognyte, desenvolvedora do software, antes mesmo da posse de Bolsonaro.

Caio Santos Cruz, filho do general, atuava como representante da Cognyte no Brasil e foi alvo de buscas da PF em outubro de 2023, durante a Operação Última Milha.

Caio Cesar dos Santos Cruz e seu pai, o general Carlos Alberto Santos Cruz. Foto: reprodução

Nos depoimentos prestados no mês passado, Caio foi interrogado sobre a relação de Carluxo com os israelenses, enquanto Santos Cruz foi questionado sobre seu conhecimento a respeito da intenção de Bolsonaro em criar uma “Abin paralela”. Carlos, Santos Cruz e Caio não quiseram se manifestar.

A PF também revisitou as declarações de Gustavo Bebianno, ex-ministro do governo Bolsonaro, que em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2020, mencionou que o “02” havia sugerido uma estrutura de inteligência própria, alternativa à Abin oficial.

Na ocasião, Bebianno relatou que Carlos apresentou um plano com agentes específicos para operar uma “Abin paralela” por desconfiar da agência oficial. Embora não tenha confirmado a execução desse plano, Bebianno afirmou que Bolsonaro foi aconselhado a não implementá-lo.

A Operação Última Milha, deflagrada em janeiro de 2024, incluiu buscas relacionadas a Carlos Bolsonaro, apontado pela PF como membro do núcleo político da Abin paralela. A PF suspeita que o vereador teria se beneficiado de informações confidenciais obtidas por essa estrutura, que foi dirigida por Alexandre Ramagem, atual deputado federal.

Em fases anteriores da operação, a PF identificou atividades da Abin paralela para produzir desinformação, monitorar autoridades e blindar os filhos de Bolsonaro. Um dos episódios investigados envolveu ataques ao senador Alessandro Vieira (MDB-RS), que, na CPI da Covid, solicitou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Carluxo.

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