Cármem Lúcia e Moraes, alvos do bolsonarismo, decidem futuro eleitoral do ex-presidente

Atualizado em 30 de junho de 2023 às 5:41
Ministra Cármen Lúcia
Ministra Cármen Lúcia
Foto: Reprodução/VEJA

 

Restam apenas três votos para o término do julgamento que decidirá se Jair Bolsonaro (PL) ficará inelegível por oito anos. Os ministros Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, ambos do STF e alvos de constantes ataques por parte do ex-presidente, ainda não se manifestaram, mas espera-se que eles votem a favor da inelegibilidade, uma vez que o placar atual está 3 a 1 nessa direção.

A sessão de hoje começará com o voto de Cármen Lúcia, seguido por Kassio Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes. Espera-se que Nunes Marques seja contrário à pena defendida pelo relator Benedito Gonçalves. Como ele foi indicado por Bolsonaro ao STF, tem sido pressionado por bolsonaristas.

Cabe ressaltar que qualquer ministro pode solicitar um adiamento e suspender o julgamento. Nesse caso, os demais ministros podem antecipar seus votos.

Bolsonaro fez ataques a Moraes enquanto ocupava o cargo de presidente. Ele criticou decisões tomadas pelo ministro e chegou a xingá-lo. Durante as manifestações de 7 de setembro de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de “canalha” e afirmou que não cumpriria mais nenhuma decisão dele. Dois dias depois, no entanto, o ex-presidente recuou dessas declarações.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução

Dentro do TSE, comenta-se que Moraes apresentará um voto contundente, durante a hora do almoço, contra Bolsonaro. Os ataques de Bolsonaro a Cármen Lúcia também são conhecidos. Em outubro, após o primeiro turno das eleições, ele afirmou que a ministra fez de “tudo para Lula” ser eleito presidente. Bolsonaro também fez declarações insinuando que só deixaria a presidência se Deus tirasse sua vida, após Cármen Lúcia pedir explicações ao presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre o motivo de não abrir um processo de impeachment contra ele.

Espera-se que tanto Cármen Lúcia quanto Moraes votem a favor da inelegibilidade de Bolsonaro, uma vez que os dois ministros já defenderam a confiabilidade das urnas eletrônicas e se opuseram a discursos antidemocráticos.

Quanto ao voto de Nunes Marques, espera-se que ele defenda uma pena mais branda para Bolsonaro. O ministro indicado por Bolsonaro ao STF tem sinalizado que não pedirá um adiamento, mas proferirá um voto com uma punição menos severa. Espera-se que ele reconheça a gravidade das condutas do ex-presidente, porém argumente que não há motivos suficientes para a inelegibilidade, defendendo possivelmente a aplicação de uma multa como punição intermediária.

Vale mencionar que Bolsonaro já elogiou Nunes Marques em uma agenda no Planalto, referindo-se a ele e a André Mendonça, outro ministro do STF indicado por Bolsonaro, como representantes de uma parte dos votos desejados na Corte.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link