Parece que a cartinha de Temer está mesmo surtindo efeito. É assim que Luis Felipe Miguel começa sua análise dos efeitos da carta de pacificação na crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia a íntegra do texto abaixo:
Em mais um passo para consagrar a “harmonia” entre os poderes, o STF decidiu ontem que Bolsonaro pode nomear quem bem entender para as reitorias das universidades.
Só Fachin, que era relator, e Lewandowski votaram em defesa da autonomia universitária.
Os outros ficaram a favor das intervenções, capitaneados por Gilmar Mendes. Vou citar um trecho surreal do voto dele:
“Ao realizar sua escolha vertida em nomeação de reitor, não se busca vigiar ou punir a universidade, muito menos gerenciá-la, porém se intenciona contrabalancear eventuais deficiências do sistema de seleção de agentes públicos”.
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Então é isso: ao instalar nas reitorias de várias instituições importantes um punhado de arrivistas desqualificados, Bolsonaro estava “contrabalançando deficiências” das escolhas feitas pelas comunidades universitárias.
Muita gente aplaudiu Gilmar por sua performance na desconstrução da conspiração judicial que ele mesmo tanto ajudara a cevar, a Lava Jato. Mas ele continua sendo quem sempre foi.
Pode até acertar, vez ou outra, mas sempre será pelo motivo errado. Tem um desprezo olímpico pela democracia, pelo direito e pelo país.