Cartilha de 45 regras do PCC é encontrada em presídio; veja o que é proibido

Atualizado em 25 de junho de 2024 às 12:55
Presos em pátio de penitenciária de SP. Foto: reprodução

Durante uma revista a caminho da enfermaria em um presídio de São Paulo, agentes penitenciários encontraram uma cartilha do Primeiro Comando da Capital (PCC) com 45 regras detalhando a conduta dos membros dentro e fora da prisão. O detento encontrado com o material foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão na semana passada.

Segundo a Polícia Civil, exames grafotécnicos confirmaram que o documento foi escrito pelo próprio detento. Em março deste ano, ele foi denunciado à Justiça e, em juízo, admitiu ter redigido a cartilha, mas negou ser membro do PCC.

A cartilha, intitulada “cartilha do crime”, possui sete páginas e começa com a declaração de que o documento é uma “ferramenta de extrema importância” que deve ser usada com prudência ao aplicar sanções para quem descumprir as determinações. A primeira regra do documento obtido pelo Uol trata dos “atos de talaricagem”, proibindo faccionados de se envolverem com a mulher de outro membro, com punições severas que podem incluir a exclusão definitiva da organização.

Outras regras destacam proibições contra “atos de esperteza” (uso de má-fé para roubar ou prejudicar outro faccionado), “atos de malandrismo” (uso de força física para subtrair algo de um comparsa), e “atitude isolada” (agir sem consultar os superiores). Além disso, são considerados atos graves e passíveis de punição calúnia, delação (“caguetagem”), chantagem e despreparo para cumprir os compromissos da organização.

Início da “Cartilha do Crime” do PCC. Foto: reprodução

O artigo 13 aborda os “decretados”, explicando que para confirmar um decreto de morte contra um membro, a liderança do PCC (“sintonia”) deve analisar o caso cuidadosamente. Acusações graves como traição, delação, estupro ou roubo entre faccionados (“mão na cumbuca”) exigem que a pena seja aplicada imediatamente.

A cartilha também condena a homossexualidade e a pederastia dentro das prisões. A regra 27 afirma que presos que mantenham relações ou atos libidinosos com alguém da mesma cela serão excluídos do PCC sem possibilidade de retorno. A regra 36 define pederastia como relações com pessoas do mesmo sexo, diferenciando-a da homossexualidade por considerar o praticante somente ativo e não passivo.

O artigo 40 trata da traição, penalizando membros que levem informações para outras facções ou para a polícia. A regra 43 proíbe o uso abusivo de drogas ou álcool, destacando que crack ou lança-perfume são terminantemente proibidos, com punições que podem incluir suspensão de 90 dias.

A última regra, número 45, aborda a relação entre padrinhos e afilhados dentro da facção. O texto alerta que um afilhado batizado no “salve” (comunicado) que seja excluído resultará em uma suspensão de um ano para o padrinho, que ficará proibido de batizar novos membros e pode ser suspenso do PCC por 90 dias.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link