O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, anunciou agora há pouco, em conversa com jornalistas, em Brasília, que o governo federal irá comprar a chamada “Casa da Morte”. O imóvel, em Petrópolis (RJ), foi um dos mais cruéis centros de tortura e assassinato de presos políticos da ditadura militar (1964-1985). Leandro Fortes representou o DCM neste encontro.
Segundo Almeida, as negociações da compra estão avançadas. O lugar será transformado em um memorial para homenagear “aqueles que tombaram para fazer o País respirar”.
a diversidade dos jornalistas no café da manhã com o ministro silvio almeida ? pic.twitter.com/LqSRNGGSDr
— cynara menezes ??♀️ (@cynaramenezes) February 2, 2024
Casa da Morte
A Casa da Morte, localizada em Petrópolis, Rio de Janeiro, foi um centro clandestino usado para tortura e assassinatos durante a ditadura militar brasileira.
Construída na década de 70, pertencia a Mario Lodders, simpatizante da ditadura, e foi cedida ao Exército. A casa era conhecida como “Codão”. Criada após uma ordem do ministro do Exército Orlando Geisel para executar presos políticos banidos do país, pelo menos 22 guerrilheiros foram mortos no local.
Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte, denunciou as atrocidades após ser capturada, torturada e estuprada por mais de três meses. A casa foi tombada provisoriamente em 2023.
Nomes como Carlos Alberto Soares de Freitas, Amílcar Lobo e outros foram associados às mortes na casa.
O tenente-coronel Paulo Malhães, responsável pela preparação da casa, admitiu seu papel em transformar guerrilheiros em infiltrados. Torturadores como Cyro Etchegoyen, Rubens Gomes Carneiro e outros foram identificados.
A casa foi alvo de desapropriação em 2012, visando criar o “Centro de Memória, Verdade e Justiça” de Petrópolis. Em 2014, o caseiro da época foi localizado, negando conhecimento das atrocidades. O projeto de transformação da casa em um museu pedagógico recebeu apoio do governo federal em 2014.