Cascavel, ex-homem forte de Pazuello, vira réu por suspeita de estuprar neta

Atualizado em 23 de setembro de 2021 às 18:47
Em pronunciamento, à mesa, empresário e ex-assessor do Ministério da Saúde, Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton cascavel.
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Empresário Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel (57), ex-homem forte e ‘ministro de fato’ de Pazuello, virou réu nesta quinta (23) por suspeita de estuprar uma criança da própria família dele, uma neta. A decisão é do juiz substituto Nildo Inácio, da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, em Boa Vista, Roraima.

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Acusação contra Cascavel envolve a família

Ele foi acusado do crime por uma mulher que registrou um boletim de ocorrência contra ele no dia 14 de setembro no Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente (NPCA) da Polícia Civil. Ela é mãe da criança.

Ministério Público de Roraima havia entrado na Justiça na última terça (21) para denunciar o empresário. Ao aceitar a denúncia do MP, o juiz imputou ao empresário as acusações de estupro contra vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal, combinado com o artigo 226, que prevê aumento da pena em razão do acusado ser parente da vítima, e decretou segredo de Justiça na ação.

À Justiça, a defesa afirmou que o empresário é uma “pessoa sem histórico de violência nos quase 40 anos de vida no estado” e que sempre “dedicou carinho e atenção especial” aos familiares. A defesa classifica a acusação da mãe de “denunciação caluniosa” –quando se atribui crime a uma pessoa inocente–, feita com o único propósito de atingir a ele e aos familiares (leia mais abaixo).

A defesa diz ainda que “não há prova da existência de crime”. “O que existe é um desejo pessoal de vingança”, escreveu o advogado Rui Figueiredo em habeas corpus preventivo apresentado à Justiça.

O empresário ganhou projeção nacional após ser ouvido pela CPI da Covid no Senado sobre sua atuação no Ministério da Saúde como assessor do ex-ministro Eduardo Pazuello. Ele também foi apontado como “número 2 informal” na gestão de Pazuello. Após a sua passagem pelo ministério, ele assumiu o cargo Secretario de Saúde de Roraima, mas ficou no posto por pouco mais de dois meses.

Numa denúncia feita ao NPCA, a mulher contou que, no fim de semana dos dias 11 e 12 de setembro, a criança foi visitar Cascavel e voltou para casa “reclamando de dores nas partes íntimas”. Conforme o boletim de ocorrência, a mãe afirmou que “(…) a criança relatou que […] havia pegado em sua parte íntima e lhe machucado; que suspeita […] tenha sofrido abuso sexual por parte do […], Airton Antonio Soligo”.

Em nota, a Polícia Civil informou que “que todas as informações dos procedimentos policiais são sigilosas, mas a instituição, através do Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente, tem adotado todas as providências dentro da lei”. A mãe confirmou a denúncia feita contra Cascavel. Disse ainda que a criança passou por exame de corpo de delito.

No laudo do exame, a que a Rede Amazônica teve acesso, o perito que examinou a criança informa que “não é possível negar ou afirmar que a menor foi vítima de ato libidinoso”.

Com informações do G1.

À mesa, empresário e ex-assessor do Ministério da Saúde, Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel conversa com o
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado