Caso Daniel Alves: saiba como foi o primeiro dia de julgamento

Atualizado em 5 de fevereiro de 2024 às 20:03
Daniel Alves durante o seu julgamento em Barcelona. Foto: Alberto Estévez/EFE

O julgamento de Daniel Alves teve início nesta segunda-feira (5) em Barcelona, na Espanha. O jogador é acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em uma casa noturna em dezembro de 2022.

O brasileiro, que alegou inocência e disse que a relação foi consensual, prestaria depoimento nesta manhã. Entretanto, a juíza Isabel Delgado Pérez aceitou o pedido da defesa para ouvi-lo depois da mulher que o acusa, das testemunhas e dos peritos.

A audiência ocorre em três dias consecutivos. Sendo assim, o jogador deve ser ouvido somente na quarta-feira (7), quando os procedimentos devem ser encerrados.

Daniel ouviu boa parte do julgamento com as mãos entre as pernas, sem algemas, e sentado em uma cadeira de frente para os três juízes sob a supervisão de um guarda. Estava programado o depoimento de 22 testemunhas, incluindo a esposa do jogador, Joana Sanz.

O atleta chegou ao tribunal escoltado pela polícia e entrou no local pela porta dos fundos, vestindo calça jeans e camisa social branca. Daniel ficou em silêncio durante toda a sustentação da sua advogada, Inés Guardiola.

A defesa do atleta solicitou a suspensão do julgamento oral, argumentando que as investigações iniciais ocorreram sem o conhecimento do jogador. A advogada ainda citou o fato de o juiz de instrução ter negado o pedido para que um segundo perito examinasse a mulher que acusa Daniel.

A juíza rejeitou o pedido, mas concordou em permitir que Daniel Alves prestasse depoimento no final da audiência.

Julgamento de Daniel Alves. Foto: EUROPA PRESS/D.Zorrakino. POOL via Getty Images

Depoimento da vítima

A vítima realizou depoimento protegida por um biombo para não ter contato visual com o jogador. Ao longo de 1h30, ela afirmou ter sido convidada para a área VIP da boate Sutton, onde um garçom a levou para a mesa de Daniel Alves.

A mulher ainda alegou que dançaram juntos e, em certo momento, ele a conduziu a um banheiro, onde ocorreu a agressão sexual. Além da mulher que acusa o brasileiro, cinco pessoas prestaram depoimento nesta segunda-feira, incluindo uma amiga, uma prima, garçons e um porteiro da boate.

Uma das amigas que estavam com a denunciante na noite do ocorrido prestou depoimento. Emocionada durante o testemunho, ela relatou que a amiga saiu do banheiro “chorando bastante” e de “coração partido”, afirmando repetidas vezes aos amigos que o jogador havia lhe feito “muito mal”. A testemunha contou que a mulher inicialmente hesitou em fazer a denúncia por acreditar que não acreditariam nela, mas decidiu ir à polícia dois dias após ser convencida pelos colegas.

A prima da vítima disse que desde o início se sentiu desconfortável com a presença do jogador, relatando que ele a tocou em uma região íntima enquanto dançavam. Ela observou o atleta se dirigir a uma porta que acreditava ser uma saída para o lado de fora da boate e sugeriu à prima “ir falar com ele”. Minutos depois, o atleta passou pela porta com “cara feia”. Posteriormente, a mulher saiu pela porta, declarando que precisava ir para casa porque ele havia lhe causado “muito mal”.

Os garçons que atenderam Daniel Alves naquela noite afirmaram que o jogador já frequentou o local outras vezes e que não suspeitaram do comportamento do atleta. Confirmaram que havia uma garrafa de champanhe na mesa em que o brasileiro estava. O porteiro afirmou que viu a denunciante “chorando”, mas não em estado emocional alterado. Ele mencionou que Daniel Alves passou “a dois metros” da vítima da suposta agressão sexual ao sair da casa noturna.

Daniel mudou sua versão sobre o caso várias vezes. A pena para este tipo de crime pode ser de até 12 anos de reclusão

O Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido do Ministério Público para realizar a audiência à portas fechadas, permitindo a presença da imprensa, mas com restrições a captações de áudio e imagem. Não há previsão para o anúncio da sentença e Daniel Alves permanece em prisão preventiva.

A defesa do jogador buscou um acordo com os advogados da denunciante nas últimas semanas, mas as negociações foram interrompidas após a exposição da identidade da mulher pela mãe de Daniel Alves nas redes sociais.

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