A campanha de Jair Bolsonaro ingressou com uma ação no TSE na qual diz não ter havido a veiculação de mais de 154 mil inserções publicitárias nas rádios do Nordeste. Para embasar seu pedido, valeu-se de uma auditoria de uma empresa chamada Audiency Brasil Tecnologia Ltda.
O episódio valeu a convocação na noite desta segunda-feira (24) de uma entrevista coletiva no Palácio da Alvorada por parte do Ministro das Comunicações e o secretário-executivo da pasta, Fabio Wajngarten.
Tal empresa foi fundada em 05/08/2020 e tem como principal atividade econômica registrada o Desenvolvimento e Licenciamento de Programas de Computador Customizáveis.
Como atividades secundárias, a empresa tem ainda:
– Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet
– Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet
– Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda
– Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação
– Pesquisas de mercado e de opinião pública
– Atividades de gravação de som e de edição de música
– Marketing direto
– Produção musical
Ou seja, a atividade de auditoria não está contemplada.
Apesar disso, a Audiency, cujo proprietário é Anacleto Angelo Ortigara, um professor e pesquisador da Universidade do Oeste de Santa Catarina, celebrou um contrato com a Assembleia Legislativa do estado para a prestação de serviço similar ao contratado pela campanha bolsonarista.
De acordo com Alexandre de Moraes, entretanto, o serviço deixou a desejar, uma vez que não há elementos probatórios mínimos para sustentar o que os bolsonaristas alegam. Segundo ele, não existem a indicação das “eventuais rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio para a Coligação requerente; nem tampouco a indicação de metodologia ou fundamentação de como se chegou à determinada conclusão.”
Confira aqui, na íntegra, a pobreza de dados do relatório.