Caso Marielle: Deputados alvos de Moraes votaram para derrubar prisão de Brazão

Atualizado em 11 de abril de 2024 às 6:42
Deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Foto: reprodução

Na recente votação pela prisão de Chiquinho Brazão, acusado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, parlamentares bolsonaristas sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) uniram-se para tentar derrubar a decisão.

Levantamento realizado pelo Globo mostra que esses parlamentares, alvos de inquéritos sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, votaram em massa para soltar Brazão.

Entre os parlamentares que votaram pela soltura do deputado estão Alexandre Ramagem (PL-RJ), André Fernandes (PL-CE), Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), General Girão (PL-RN) e Zé Trovão (PL-SC), todos do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Esses parlamentares estão envolvidos em uma série de inquéritos no STF, incluindo investigações sobre fake news, milícias digitais, atos antidemocráticos, manifestações golpistas de 8 de janeiro e uma suposta “Abin paralela” para monitorar jornalistas e adversários políticos.

O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que enfrenta uma ação penal por insultos a Moraes, também votou pela soltura de Brazão. Em junho passado, o STF aceitou uma denúncia contra Otoni de Paula apresentada pela Procuradoria-Geral da República. A ação penal está sob a relatoria do ministro Kassio Nunes Marques.

Além disso, o próprio Bolsonaro – também alvo de inquéritos que estão nas mãos de Moraes – entrou em campo pela soltura, encaminhando aos parlamentares da legenda um vídeo em que Eduardo Bolsonaro, seu filho, se posiciona pela liberdade de Brazão.

No total, o PL registrou 71 votos pela soltura de Brazão, sete pela confirmação da prisão e cinco abstenções.

Desde 27 de março, Chiquinho Brazão está detido no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS), após uma operação da Polícia Federal que também envolveu seu irmão, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.

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