A Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira por obstrução das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
Ambos foram sentenciados a 4 anos e 6 meses de prisão. Apesar de a pena permitir que começassem o cumprimento em regime semiaberto, o juiz ordenou que a pena fosse cumprida em regime fechado, conforme informações do G1.
O juiz explicou a decisão afirmando que a obstrução de uma investigação que envolvia uma organização criminosa e atrasou o inquérito policial por 8 meses em um caso de grande relevância nacional não pode ser considerada um “delito simples”.
Um relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação das mortes de Marielle e Anderson revelou que Ferreirinha mentiu ao acusar, em depoimento à polícia, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, de ter planejado o crime junto com o vereador Marcelo Siciliano.
Vale destacar que, segundo a PF, Ferreirinha trabalhava como segurança de Orlando Curicica e temia por sua vida após romper com a milícia liderada por Curicica.
Além disso, Ferreirinha tinha a intenção de tomar para si os territórios dominados por Curicica, que estava preso por outro crime. Ao acusar Curicica de envolvimento na morte de Marielle, ele esperava que ele fosse transferido para um presídio federal de segurança máxima fora do Estado do Rio de Janeiro.
A investigação da PF também revelou que a advogada Camila Nogueira foi a responsável por fazer os primeiros contatos com a polícia para levar Ferreirinha a depor, já sabendo que ele apresentaria uma versão falsa dos fatos.
O inquérito da PF, concluído em 2019, ficou conhecido como “a investigação da investigação”. Em depoimento à corporação, Ferreirinha admitiu que mentiu ao acusar Curicica e Camila confessou ter arquitetado o plano junto com ele.
No entanto, ao serem interrogados na Justiça, ambos negaram as confissões feitas à PF. Mesmo assim, o juiz considerou que as provas apresentadas eram suficientes para condená-los.