Caso Marielle: Major Ronald ajudou a definir data e local do crime, diz PGR

Atualizado em 10 de maio de 2024 às 7:31
Ronald Paulo de Alves Pereira, o Major Ronald. Foto: reprodução

Ronald Paulo de Alves Pereira, o Major Ronald, foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por fornecer informações sobre a rotina da vereadora Marielle Franco, levando à execução dela na Região Central do Rio em 14 de março de 2018, conforme reportagem do G1.

De acordo com a PGR, Ronald monitorou as redes sociais da vereadora e identificou que ela estaria presente em um evento na Casa das Pretas, localizada na Rua dos Inválidos, onde “encontrou a oportunidade para a execução do homicídio”.

Com essa informação em mãos, o Major ligou para Edmilson “Macalé” – intermediário entre a “missão” da execução de Marielle e Ronnie Lessa – na manhã do atentado, comunicando-lhe os detalhes do evento. Segundo a PGR, Macalé, por sua vez, telefonou para Lessa para transmitir a informação recebida.

O local escolhido para o crime, conforme relatado pela Polícia Federal (PF), estava fora do trajeto habitual de Marielle entre sua casa e a Câmara de Vereadores, uma exigência feita pelo delegado e ex-chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, visando evitar qualquer conotação política.

“Em relação a Rivaldo Barbosa, Ronnie Lessa declarou que aceitou a empreitada homicida, pois os irmãos Brazão expressamente afirmaram que o então chefe da Divisão de Homicídios da PCERJ teria contribuído para preparação do crime, colaborando ativamente na construção do plano de execução e assegurando que não haveria atuação repressiva por parte da Polícia Civil. Ronnie pontuou que Rivaldo exigiu que o M.F. da S. não fosse executada em trajeto de deslocamento de ou para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pois tal fato destacaria a conotação política do homicídio, levando pressão às forças policiais para uma resposta eficiente”, diz a PF.

Esses detalhes estão descritos no relatório da PF, que fundamentou o pedido de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Além de Rivaldo, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime, também foram presos.

Ronald Pereira e Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, foram denunciados na quinta-feira (9) por suposto envolvimento com os mandantes do crime. Vale destacar que Ronald já está cumprindo pena por quatro homicídios e ocultação de cadáver, sendo um dos líderes da milícia na comunidade da Muzema.

Por outro lado, Peixe atuava como assessor de Domingos Brazão no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e, conforme a denúncia da PGR, estava envolvido em atividades típicas de milícia nas áreas controladas pelos irmãos Brazão desde pelo menos 2018, fazendo a conexão entre eles e Lessa, segundo as investigações.

Caso Marielle: ex-assessor é preso e PGR denuncia irmãos Brazão e Rivaldo
Ronald Paulo Alves Pereira e Robson Calixto, o Peixe — Foto: Reprodução

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