Caso Marielle: o que motivou Élcio Queiroz a fazer delação após 4 anos de prisão

Atualizado em 24 de julho de 2023 às 17:07
Élcio Queiroz fez delação premiada e apontou mais um suspeito de participar da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes
Ex-PM Élcio Queiroz que fez delação sobre morte de Marielle. Foto: Reprodução

O ex-PM Élcio Queiroz, réu pelo assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, resolveu falar sobre o caso após quatro anos da execução da vereadora.

A decisão ocorreu após Élcio desconfiar de Ronnie Lessa, apontado como seu comparsa no crime. Os dois estão presos em Rondônia e vão a júri popular pelas execuções.

Lessa é apontado como o autor dos disparos e teria dito ao amigo que não fez pesquisas sobre Marielle. Após desdobramentos do caso, Élcio descobriu que o comparsa mentiu e que polícia encontrou rastros da pesquisa. Com a quebra da confiança, o ex-PM decidiu fazer uma delação premiada, de acordo com a Polícia Federal.

“O convencimento do Élcio [para delatar] foi porque o Ronnie garantiu que não tinha feito pesquisa em Marielle e isso gerou uma desconfiança por parte de Élcio”, disse o delegado Jaime Cândido, da Polícia Federal, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (24).

Na delação, Élcio confessou participação no crime e revelou que Lessa matou Marielle. Ele disse que os dois ficaram aguardando a vítima na saída da Casa das Pretas, e que o amigo apontou quem era a vereadora.

De acordo com o ex-PM, a pesquisa para chegar até o local, foi feita no Instagram da própria Marielle, que divulgou o evento naquele dia, 14 de março de 2018.

“No momento que ela saiu, ele falou: ‘É ela’. Aí ela deu a volta, só que ela fala com uma pessoa. Eu achei que essa senhora estava se despedindo dela. Mas não, só que essa pessoa entrou no carro”, relatou Élcio. “Achei que ia abortar a missão, mas ele falou pra ficar tranquilo que não ia pegar nela não, ele me tranquilizou.”

No carro, estavam a vereadora, o motorista Anderson e a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado.

Élcio disse que Lessa sabia exatamente quem era Marielle, mas não sabia qual era o veículo ou se ela tinha motorista. “Não, do veículo não sabia, ele não falou nada não; ele desconfiou porque o cara estava em pé ali na porta com o celular, ele achou que era aquele veículo ali”, contou.

Ele confessou que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque e afirmou que Lessa de fato fez os disparos com uma submetralhadora na direção de Marielle.

O ex-Pm disse ainda que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas foi trocado por ele.

Suel foi preso nesta segunda-feira na Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura os assassinatos  de Marielle e Anderson.

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