A diretora do Colégio Estadual Flávio Ribeiro de Rezende tentou abafar o caso de bullying sofrido pela menina Vitória, que é portadora de transtorno do espectro autista (TEA).
Imagens divulgadas nas redes mostram que Fabíola Oliveira Fabbri passou nas salas de aula para minimizar o caso. No vídeo, a diretora afirma que tudo não passou de ‘uma brincadeira’ e condena apenas quem fez a gravação.
“É uma brincadeira que aconteceu. Isso é bom para vocês entenderem o que o celular faz na hora errada, as pessoas filmam e pela filmagem ninguém entende direito o que está acontecendo. As outras meninas estavam instigando-a a implicar, porque as duas são amigas”, comentou Fabíola, diretora da instituição.
A mãe adotiva de Vitória confirmou que a direção da escola tentou abafar as agressões contra a sua filha: “A minha filha sofreu bullying nessa escola, sofreu agressão, a direção toda sabia e eu só fiquei sabendo da pior forma possível, que foi através de WhatsApp. Nossa família nunca mais foi a mesma. A direção abafou o caso”.
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Diferentemente do que disse a diretora, o bullying não é brincadeira, é um problema grave e pode afetar a vida de crianças e adolescentes de maneira profunda e duradoura. Quando direcionado a uma pessoa autista, os efeitos do bullying podem ser ainda mais graves. Por essa razão, o bullying a autistas é considerado crime no Brasil.
Segundo a Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), é considerado crime praticar qualquer ato de violência física ou psicológica contra uma pessoa com deficiência, incluindo o bullying a autistas. A lei prevê que as penas podem variar de 2 a 5 anos de reclusão, dependendo da gravidade do caso.
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ENTENDA O CASO
As imagens de uma menina autista sofrendo bullying no pátio do Colégio Estadual Flávio Ribeiro de Rezende causaram revolta nas redes sociais nesta sexta-feira (31). O episódio aconteceu na cidade de Natividade, interior do Estado do Rio de Janeiro.
O vídeo mostra a agressora ridicularizando a vítima, que está sentada. A menina autista tem seus cabelos puxados, enquanto outras adolescentes riem e filmam a situação. A vítima, que se chama Vitória, demonstra extremo incômodo com o bullying, reage às tentativas de agressão e chora.
Vitória perdeu os pais biológicos e faz tratamento em uma instituição do município voltado para pessoas com autismo. “Quando a mãe e a avó morreram, quem passou a cuidar dela foi uma vizinha da avó”, relata uma moradora.
O caso revoltou os moradores da pequena cidade de 15 mil habitantes e foi parar nas redes sociais. A hashtag #justiçaporvitoria foi parar no Trending Topics do Twitter. Um perfil foi criado no Instagram com o nome @estamoscomvitoria e já tem mais de 100 mil seguidores.
A @seeducRJ fez uma nota de esclarecimento e IGNOROU o vídeo da diretora, sem considerar toda a omissão dela com a família da vítima, como também a transferência da culpa da agressora para o "celular". Cadê as providências contra ela? #justicaporvitoriahttps://t.co/SVmDcQVabJ
— Yan (@yankisner) April 1, 2023
Publicado no Pragmatismo Político