Cassinos online contratam influenciadores mirins para divulgar “jogo do tigrinho”

Atualizado em 24 de junho de 2024 às 18:40
“Jogo do tigrinho” tem sido divulgado por perfis de crianças e adolescentes no Instagram. Foto: Reprodução

Casas de apostas têm contratado influenciadores mirins para divulgar o “jogo do tigrinho” e outros jogos de azar a crianças e adolescentes no Instagram. O instituto Alana, organização voltada à proteção dos direitos de crianças, apontou que esses conteúdos têm sido direcionados especificamente a perfis de usuários mais jovens. A informação é da BBC.

Os oito donos dos perfis responsáveis por essas publicações têm entre 6 e 16 anos, e suas contas alcançam entre 200 mil e mais de 9,5 milhões de seguidores, muitos também crianças. Os nomes dos donos dos perfis não foram divulgados, mas alguns deles contam com apoio de familiares mais velhos.

Maria Mello, coordenadora do programa Infância e Consumo do Instituto Alana, afirma que essas publicidades são “abusivas” e “ilegais”, e ainda aponta que elas “geram danos para a integridade física e psíquica das crianças que elas anunciam”.

Perfis permanecem no ar, mesmo após denúncias de instituto voltado à proteção dos direitos das crianças. Foto: Reprodução

Há ao menos 20 cassinos online envolvidos no caso e os perfis dos influenciadores mirins divulgam esses jogos de azar principalmente por meio dos stories (publicações temporárias). É possível ver que essas contas interagem com outros usuários menores de idade, já que as interações têm imagens e linguagem infantil.

O instituto aponta que só é possível calcular exatamente o alcance dessas publicações se o Instagram liberar os dados, o que não é feito pela Meta, empresa que administra a plataforma. O Alana fez denúncias contra as postagens, alegando se tratar de “golpe ou fraude”, mas a rede social repetidas vezes respondeu que elas “não violam as diretrizes da comunidade”.

A Meta afirmou que retirou do ar posts com propagandas de jogos de azar e que menores de 13 anos de idade não são permitidos na plataforma, mas os perfis seguem no ar. O instituto fez uma denúncia sobre o caso ao Ministério Público e a Promotoria de Justiça de Infância já acionou a Meta para pedir esclarecimentos sobre o caso.

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