A deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC), nova presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, afirma que o colegiado deve discutir a anistia dos condenados pelo ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023. A parlamentar diz que há “exagero” nas acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e que ele pode ser incluído na lista.
“Se enxergar que tem a oportunidade de ele ser anistiado, com certeza. Ele vem sendo acusado de muitas coisas que nós entendemos que há um exagero. Havendo a conveniência e a oportunidade de pautar projetos de anistia e de incluí-lo, não vejo por que não”, afirmou à Folha de S.Paulo.
Há alguns projetos em tramitação que pedem anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e um deles estava sob relatoria de Sâmia Bonfim (PSOL-SP), que rechaçou a proposta e deixou a CCJ nesta semana. Como não foi indicada ao colegiado, ela perde a relatoria e será da responsabilidade da bolsonarista definir o novo relator.
Caroline de Toni diz que vai conversar com o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, e com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para ver se existe um “clima” para pautar as propostas. “Caso haja um apelo social com relação a isso, não vejo problema de pautar esse tipo de projeto”, prosseguiu.
Integrante da ala bolsonarista de parlamentares, ela é defensora das chamadas “pautas de costumes” e de temas como flexibilização do porte de armas. “Na medida do possível que a gente puder pautar temas de costumes, a gente vai pautar”, prossegue a deputada.
Bolsonaristas conseguiram espaço em comissões importantes da Câmara, o que deve ajudar a oposição a avançar projetos nas pautas de costumes, segundo integrantes do governo Lula. Além de Caroline de Toni na CCJ, o PL terá Nikolas Ferreira (MG) no comando da Comissão de Educação da Casa.