Publicado originalmente na Rede Brasil Atual
Nesta segunda-feira (24), véspera de Natal, a vigília Lula Livre, em Curitiba, receberá militantes de diversas cidades do país. Eles seguem rumo à capital paranaense para celebrar o Natal de solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na sede da Polícia Federal desde 7 de abril, vítima de uma sentença marcada por rupturas de garantias constitucionais, e sem provas para as acusações de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Reportagem de André Gianocari no Seu Jornal, na TVT, na sexta-feira (21) mostrou caravanas que se organizam em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e em São Paulo para participar da ceia de Natal em frente à sede da PF, onde Lula está preso.
A funcionária pública Ana Luíza da Silva integra uma das caravanas. “É um momento de luta, de resistência, e precisamos estar juntos”, diz Ana Luíza, que recebeu apoio da família para participar. Cerca de 100 pessoas compõem a caravana que sai da sede do Partido dos Trabalhadores de São Bernardo do Campo, com destino a Curitiba na tarde de segunda-feira.
O metalúrgico aposentado Gilberto Bittencourt, que também participa da caravana, levará apenas o essencial na bagagem, mas no coração o sentimento de uma experiência para toda a vida. “É um momento de união, de estar juntos, eu quero estar presente, quero entrar nessa história”, afirmou.
“O ex-presidente Lula simboliza neste momento a manutenção da democracia no Brasil”, afirma Cleiton Coutinho, advogado do PT de São Bernardo do Campo. “Não se trata somente de fazer uma homenagem ao ex-presidente Lula, mas de mostrar o real sentido do Natal neste momento, que é a questão da solidariedade, do amor ao próximo”.
Uma outra caravana rumo a Curitiba, organizada em São Paulo, nasceu da união de 11 coletivos. “Essa atividade é uma iniciativa de um grupo de coletivos que em uma reunião recentemente resolveu participar da vigília, em prol dessa campanha. Só com uma grande mobilização para o Lula sair”, afirmou Laerte Moreira dos Santos, organizador da caravana.
Ao todo mais de 500 pessoas vão participar da celebração natalina em solidariedade ao ex-presidente. Além da ceia, o Natal da vigília contará com atos culturais. “Vamos fazer um abraço para proteger o nosso presidente, mas ao mesmo tempo também para dizer que nós estamos lá e estamos fortes para enfrentar o que vier, junto com ele”, diz Mônica Simões, a Moniquinha, do coletivo Flores pela Democracia.
Para o dia 1 de janeiro, os organizadores da vigília planejam um ato simbólico sobre a passagem da faixa presidencial. “O certo seria a Dilma passar a faixa para o Lula”, diz Ricardo da Silva, também organizador de uma das caravanas. “O que vamos ter em Brasília é um embuste, resultado de notícias falsas, de campanha com caixa dois, a posse que nós consideramos adequada vai acontecer em Curitiba”.
“Estamos enfrentando uma luta de classes e aquele que representa de fato os trabalhadores, as trabalhadoras, está lá encarcerado, porque se estivesse nas ruas no dia 1 estaria tomando posse como nosso presidente”, defende Brás Marinho, presidente do PT de São Bernardo do Campo.