Celso Amorim se diz chocado com decisão da Venezuela de revogar custódia da Embaixada da Argentina

Atualizado em 7 de setembro de 2024 às 17:48
Celso Amorim. Foto: Divulgação

Neste sábado (7), o assessor para assuntos internacionais do governo, Celso Amorim, manifestou seu “choque” em relação à decisão da Venezuela de revogar a autorização para o Brasil representar os interesses da Argentina na capital venezuelana, Caracas.

Desde a expulsão do embaixador argentino pelo presidente Nicolás Maduro em 1º de agosto, o Brasil tem sido responsável pela representação consular da Argentina em Caracas. A decisão da Venezuela, comunicada em nota oficial, marca uma escalada nas tensões diplomáticas entre os dois países.

Amorim descreveu a revogação como “extremamente estranha” e destacou a importância da proteção internacional de interesses no direito internacional. “Para mim, é uma coisa que me chama a atenção, e me choca muito”, afirmou.

O Itamaraty também se pronunciou, expressando surpresa com a decisão e confirmando que continuará a representar os interesses da Argentina em Caracas até que outro representante seja designado. A Argentina agradeceu o comprometimento do Brasil em manter a custódia das propriedades argentinas na Venezuela.

Sede do Itamaraty. Foto: Divulgação

A revogação da autorização pela Venezuela coincide com um cerco imposto pelo regime de Maduro ao prédio da missão diplomática argentina em Caracas, atualmente administrado por diplomatas brasileiros. O edifício foi cercado por forças governamentais e a energia elétrica no local foi cortada.

A chefe de campanha da oposição venezuelana, Magalli Meda, relatou que homens encapuzados estão rondando o edifício e um veículo policial está estacionado em frente. Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), criticou a ação do governo venezuelano, chamando-a de “completamente contrária ao Direito e inaceitável para a comunidade internacional”.

A crise diplomática teve início após a Argentina questionar a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro e acusar a eleição presidencial de fraude. O Brasil, que não reconhece nem rejeita o resultado da eleição, tem solicitado a apresentação das atas eleitorais, ainda não fornecidas pelas autoridades venezuelanas.

Na diplomacia, a expulsão de um embaixador pode levar à solicitação de outra nação para representar os interesses do país afetado, como foi o caso da Argentina com o Brasil. O Comando Nacional de Campanha da oposição venezuelana informou que seis membros do grupo estão asilados dentro da embaixada, e o regime de Maduro tem demonstrado interesse em prendê-los.

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