Celso Amorim se posiciona contra entrada da Venezuela nos Brics

Atualizado em 21 de outubro de 2024 às 21:35
Celso Amorim. Foto: Divulgação

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, declarou à CNN na noite desta segunda-feira (21) que é contrário à entrada da Venezuela no grupo dos Brics. Segundo ele, é necessário um processo criterioso na admissão de novos países, para evitar que o bloco se torne uma versão ampliada de outros grupos internacionais, como o G-77.

“Eu não defendo a entrada da Venezuela. Acho que tem que ir devagar. Não adianta encher de países, senão daqui a pouco cria um novo G-77”, afirmou Amorim à emissora.

Ele ressaltou que a ampliação do Brics deve incluir nações que possam contribuir estrategicamente, levando em conta o contexto global de tensões políticas e militares. O Brasil ainda avalia sua posição oficial em relação ao ingresso da Venezuela no bloco, que será discutido na Cúpula dos Brics, marcada para esta semana na Rússia.

De acordo com diplomatas envolvidos nas negociações, a adesão do país sul-americano segue sendo analisada, especialmente devido à postura do governo chavista nas últimas eleições, que não divulgou as atas eleitorais, conforme solicitado pelo Brasil.

Cúpula dos Brics. Foto: Divulgação

Enquanto a Venezuela enfrenta resistência por parte do Brasil, países como China, Rússia e Irã defendem sua inclusão no bloco. O Itamaraty, no entanto, tem demonstrado maior interesse na adesão de nações como Colômbia e Cuba. O caso da Venezuela é visto de maneira diferente da Nicarágua, onde o regime de Daniel Ortega expulsou o embaixador brasileiro. Em resposta, o Brasil expulsou o embaixador nicaraguense.

Fundado em 2014, o grupo Brics originalmente incluía Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2021, países como Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito foram adicionados. Já em 2023, houve consenso para incluir Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes e Irã no grupo, ampliando ainda mais o bloco.

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