Os manifestos pró-democracia realizados nesta quinta-feira (11), na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, marcam “um dia glorioso na luta pela democracia, pela liberdade e contra obscurantismo retrógrado de um ditador travestido de político”, segundo Celso de Mello, ex-decano do STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com o que o magistrado falou ao jornal O Globo, ele considera o presidente um “monarca absolutista”, ou um contraditório “monarca presidencial”, e disse que as alegações de Bolsonaro em relação a substituir bibliotecas por clubes de tiro mostram que “o Sumo Sacerdote desconhece tanto o valor e primazia da vida, dos livros e da cultura em geral quanto o seu dever ético de celebrá-los incondicionalmente”.
Para Celso, a “absurda” e “horrenda” visão de mundo do mandatário equivale à “repulsiva fala necrófila (‘Viva a morte; abaixo à ciência’)” pronunciada na época da Guerra Civil espanhola (1936) pelo militar José Millán-Astray, seguidor fiel do ditador Francisco Franco, responsável pelo golpe na Espanha e pela perseguição de diversas minorias étnicas no país.
A carta pela democracia foi assinada pelo próprio ex-decano, e ela é uma resposta indireta as insinuações golpistas do presidente e ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. O manifesto foi assinado por mais de 900 mil pessoas, dentre professores, juristas, ex-ministros do STF, artistas e banqueiros.