CEO do Web Summit renuncia após críticas a Israel

Atualizado em 23 de outubro de 2023 às 12:13
Paddy Cosgrave, agora ex-CEO da “Web Summit”. (Foto: Reprodução)

Paddy Cosgrave, o fundador e CEO da Web Summit, tomou a decisão de se demitir do seu cargo de CEO na empresa que é responsável pela organização da famosa feira de tecnologia realizada em Lisboa, Portugal.

Cosgrave anunciou a sua renúncia em um comunicado, como divulgado pelo jornal irlandês Sunday Independent no último sábado (21).

“Renuncio ao cargo de CEO da Web Summit com efeito imediato”, disse Cosgrave ao Sunday. “Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se uma distração”.

A ação faz referência a um recente comentário feito por Cosgrave em seu perfil no X, antigo Twitter, relacionado ao conflito entre Israel e o Hamas. As declarações do agora ex-CEO geraram uma série de críticas e levaram várias grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos e da Europa a anunciarem que não participariam mais da Web Summit.

Paddy já havia feito um post pedindo desculpas por suas declarações, mas, na nota, voltou a se desculpar pelo ocorrido. “Peço sinceras desculpas novamente por qualquer dano que causei”, disse ele no comunicado.

Um porta-voz da Web Summit confirmou que a empresa irá nomear um novo CEO o mais rápido possível e garantiu que a realização do evento, programado para ocorrer de 13 a 16 de novembro, não está em risco.

O comentário polêmico de Paddy, feito no dia 13 de outubro, abordou a retaliação de Israel após um ataque do Hamas em 7 de outubro.

“Estou chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção em particular do governo da Irlanda, que desta vez está fazendo a coisa certa. Crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são”, diz a declaração de Cosgrave.

 

As falas do fundador da Web Summit atraíram críticas e levaram ao cancelamento da participação de várias empresas no evento. Cosgrave posteriormente pediu desculpas por não ter expressado empatia pelas vítimas do ataque terrorista e manifestou o desejo de paz. No entanto, essas ações não conseguiram acalmar a controvérsia, levando a outras desistências notáveis, como a da Intel, Siemens, Alphabet (Google), Meta (Facebook), e Amazon.

No sábado (21), os funcionários da Web Summit foram informados de que seus empregos não estão atualmente em risco. A empresa emprega 200 pessoas em sua sede em Dublin, parte de uma equipe global de mais de 300 funcionários. No entanto, foi ressaltado que essa é a maior ameaça à existência da empresa desde a pandemia da COVID-19. A Web Summit enfrentou sérias dificuldades financeiras devido à pandemia, o que levou ao cancelamento do evento em 2020 e à realização de uma versão virtual em 2021.

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