O “cerco total” promovido por Israel a Gaza tem levado hospitais ao colapso e aumentado o número de mortos na região. Médicos e organizações de saúde do território palestino têm pedido auxílio à comunidade internacional para que Benjamin Netanyahu seja pressionado a deixar passar medicamentos e combustíveis.
O bloqueio de produtos e de energia, feito para afetar o grupo armado Hamas, tem impactado principalmente civis. Haneen Wishah, coordenadora da Al Awda, organização que administra hospitais e serviços para feridos em Gaza, afirmou que a entidade precisa correr para evitar um colapso no atendimento.
“A situação aqui está se deteriorando. Aviões atingiram 130 locais na Faixa de Gaza nas últimas três horas. O número de mortos e feridos, incluindo crianças, está escalando. E devemos ficar sem medicamentos, produtos hospitalares e sem poder realizar operações nos hospitais por conta do bloqueio imposto”, relatou.
Ela aponta que “a saúde nunca foi simples” na região por conta do cerco israelense que já dura 17 anos, mas com os ataques “tudo está piorando”. Wishah diz que as estruturas de saúde vão ficar paralisadas e não vão poder receber feridos dos bombardeiros.
“Temos quatro horas de energia por dia, por enquanto. Isso dificulta a realização de cirurgias, que são extremamente necessárias agora”, diz a coordenadora do Al Awda. Ela ainda acredita que pode ocorrer uma catástrofe humanitária e tem pedido doações para garantir a continuidade dos atendimentos.
“Estamos apelando à comunidade internacional para que pressionem Israel a abrir as fronteiras apenas para medicamentos e combustíveis para os geradores. Não temos estoques para uma semana. Pessoas que poderiam ser salvas, vão morrer”, completou.
Autoridades palestinas afirmam que a ajuda humanitária não está chegando ao local desde sábado (7) e que, com o cerco israelense, o combustível pode acabar dentro de 24 a 72 horas. O Ministério da Saúde da Palestina anunciou, antes da restrição imposta por Israel, que os hospitais estavam sofrendo com escassez de medicamentos e suprimentos médicos.
Gaza tem uma população de cerca de 2,3 milhão de pessoas e 80% delas dependem de auxílio para ter acesso a esses recursos.