CGU processa empresa investigada por beneficiar Michelle Bolsonaro

Atualizado em 27 de maio de 2024 às 21:48
Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro sérios, lado a lado, sem olhar para foto
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou um processo administrativo contra a Cedro do Líbano, uma empresa de materiais de construção fornecedora do governo federal, por pagamentos suspeitos a um ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O UOL revelou no ano passado que esses pagamentos foram destinados ao segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que posteriormente realizou saques em dinheiro vivo e cobriu despesas de um cartão de crédito utilizado por Michelle Bolsonaro (PL) em pelo menos três ocasiões.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o militar fez pelo menos 12 depósitos em dinheiro na conta de uma tia da então primeira-dama. A defesa dela afirmou desconhecer esses repasses e negou qualquer irregularidade. A Cedro do Líbano foi contratada pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), pelo IFTO (Instituto Federal do Tocantins) e pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).

A empresa está sendo investigada pela Polícia Federal e agora enfrenta um processo administrativo de responsabilização (PAR) instaurado pela CGU com base na Lei Anticorrupção. O objetivo é determinar se houve concessão de vantagens indevidas a servidores públicos.

Prédio da Controladoria-Geral da União (CGU) visto de cima
Controladoria-Geral da União (CGU)

Se confirmadas as irregularidades, a Cedro do Líbano pode ser penalizada com multas e proibida de firmar novos contratos com a administração pública. Além das transferências recebidas da empresa, o ajudante de ordens também manteve movimentações financeiras intensas com Vanderlei Cardoso de Barros, marido de uma das sócias. Cardoso afirmou que as transferências eram referentes a um consórcio, um negócio privado com o sargento Luís Marcos dos Reis.

A empresa, com sede em Goiânia (GO), recebeu R$ 301 mil em recursos do governo federal e, segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), teve movimentações financeiras atípicas de R$ 32 milhões. A Cedro do Líbano venceu três pregões eletrônicos que resultaram em contratos com o governo federal em 2021, durante a gestão Bolsonaro.

A Codevasf contratou a Cedro do Líbano para fornecer quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas. Em 2023, a companhia confirmou a entrega correta dos equipamentos e declarou desconhecer qualquer relação entre os sócios da empresa e terceiros.

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