De acordo com relatos de policiais militares, a Polícia de São Paulo deixou de realizar perícia e preservar o local em que pessoas foram mortas por PMs em pelo menos dois casos no litoral paulista. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
Em um dos casos, o argumento foi o de que estava ocorrendo um forte temporal. No outro, a justificativa foi de que o local era considerado perigoso e os agentes estariam em risco. A legislação, estabelecida no Código de Processo Penal (CPP), exige “a preservação do local do crime” em situações de homicídios, como os cometidos pelos policiais.
Boletins de ocorrência que relatam a versão dos PMs sobre as mortes apontam que a maioria não menciona a realização de perícia. Em dois BOs, entretanto, consta expressamente que a perícia não foi efetuada.
Em um deles, é narrado que os policiais estavam realizando patrulhamento na favela da Prainha quando avistaram “três indivíduos”. Alegaram que dois deles estavam portando armas e o terceiro carregava uma mochila. Os PMs alegam que um dos “indivíduos” apontou a arma em sua direção, levando-os a revidar.
O boletim, no entanto, registra que “a preservação do local foi dispensada pela autoridade policial devido ao alto risco do entorno e, consequentemente, perigo à equipe”.
Outro boletim relata que policiais da Rota estavam em uma operação no bairro Vila Baiana quando avistaram “um indivíduo” que, ao notar a presença policial, levou a mão à cintura, dando a entender que estava prestes a sacar uma arma, e ingressou em uma “residência existente no local”.
Alegam que o homem efetuou disparos e, em resposta, reagiram atirando. O boletim ainda menciona que a “autoridade presente” foi informada e “decidiu pela dispensa da preservação do local para perícia devido às más condições climáticas e à presença de moradores no entorno”.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link