Chamada de “FDP”, ex-assessora acusa Joice Hasselmann por “rachadinha” e assédio moral: “Queria me usar de laranja”

Atualizado em 24 de maio de 2023 às 10:42
A ex-deputada federal Joice Hasselmann – Foto: Reprodução

A ex-deputada federal Joice Hasselmann (sem partido-SP) está sendo acusada de assédio moral e de usar o salário de uma ex-assessora para pagar gastos pessoais. A informação é do UOL.

Segundo Juliana Christine Pereira Bejes, assessora de Joice durante um ano e oito meses, os gastos iam de combustível do carro até faculdade e ração dos gatos da filha. Ela disse que, no período em que trabalhou com a ex-deputada, ficou com somente dois salários, os demais foram entregues para a chefe.

A ex-assessora encaminhou a denúncia para o Ministério Público Federal de São Paulo. Notas fiscais, faturas de cartão de crédito e extratos de Pix usados para sustentar sua versão, também foram enviados ao UOL por Juliana.

Além disso, ela disse que aceitou fazer a rachadinha porque tinha mudado de cidade, feito contrato de aluguel de longo prazo e tinha tido um bebê de colo para criar.

Juliana afirmou que o “mecanismo” para a devolução do salário era pagar despesas particulares da ex-parlamentar. Segundo a ex-funcionária, Joice pedia foto da nota fiscal para solicitar o reembolso pela Câmara dos Deputados.

Em uma mensagem de WhatsApp enviada ao marido de Juliana, a ex-assessora é chamada de “fdp” porque, na ocasião, ela não havia depositado o dinheiro aguardado por Joice.

Print enviado por Juliana Christine Pereira Bejes, ex-assessora de Joice Hasselmann – Foto: Reprodução

Uma nota fiscal no sistema de cota parlamentar da Câmara mostra que a ex-deputada foi reembolsada por um abastecimento na cidade de São Paulo em 30 de agosto de 2021. O valor da conta foi de R$ 379,53. Segundo Juliana, seu salário que bancou o gasto.

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Juliana também mostrou comprovantes de depósitos referentes ao pagamento da faculdade da filha da ex-parlamentar. De acordo com a ex-funcionária, Joice e o ex-marido fizeram um acordo para dividir o valor da mensalidade. No entanto, os R$ 5.315, parte da ex-deputada, seriam bancados por Juliana.

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Juliana ainda disse que, após Joice não conseguir a reeleição, ela ofereceu um acordo. A oferta era que se a ex-assessora pagasse seis meses da faculdade da filha de Joice ela poderia ficar com os salários dos três últimos meses.

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Ela ainda disse que foi obrigada a ser candidata a deputada estadual. Entretanto, houve um problema na documentação e a filiação no PSDB foi negada.

Segundo Juliana, a intenção de Joice era usar a candidatura feminina dela para conseguir mais dinheiro do fundo partidário e, com isso, pagar despesas de sua própria campanha à reeleição. “Ela queria me usar de laranja”, afirmou.

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Despesas da filha de Joice também eram cobertas pelo salário de Juliana. A jovem comunicou ao marido da ex-assessora que havia abastecido o carro. Há também valores até R$ 750, incluindo um depósito de R$ 200 que teria custeado a ração do bicho de estimação.

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A ex-assessora afirmou que também era obrigada a cobrir gastos do marido de Joice. Ela apresentou um comprovante de Pix de R$ 814 para o marido da chefe feito em 4 de maio do ano passado.

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Juliana ressaltou que também recebia ordens para limpar o apartamento de Joice. O marido da ex-parlamentar também mandava mensagens para Juliana “dar um jeito no flat”.

De acordo com a ex-funcionária, ela ainda era obrigada a buscar o marido de Joice no aeroporto, a fazer compras para o casal, a levar o carro na oficina e até a emprestar o carro dela enquanto ficava a pé. Juliana afirmou que uma das várias exigências era lavar à mão as roupas de Joice.

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