Israel Katz, chanceler israelense, voltou a provocar o presidente Lula nas redes sociais nesta quarta (21). Essa é a quarta vez seguida que o ministro critica o petista por sua declaração durante a 37ª cúpula da União Africana neste domingo (18), na Etiópia, quando comparou os ataques à Faixa de Gaza ao Holocausto.
Em novo post no X (ex-Twitter), ele divulgou o vídeo de uma jovem que estava na festa de música eletrônica que ocorria no deserto de Negev, a menos de seis quilômetros da Faixa de Gaza, no momento do ataque do Hamas ao território. O chanceler marcou o presidente na publicação.
“Presidente Lula, após a sua comparação entre a nossa guerra justa contra o Hamas e os atos desumanos de Hitler e dos nazistas, a Rafaela tem uma mensagem que o senhor deveria ouvir”, escreveu. No vídeo, Rafaela Treistman (20), que era namorada do brasileiro Ranani Glazer, morto na data, fala sobre o ataque do Hamas.
A brasileira Rafaela Triestman estava no festival de música Nova quando terroristas do Hamas atacaram Israel, em 7 de outubro.
Rafaela sobreviveu, mas seu namorado Ranani Glazer foi brutalmente assassinado por terroristas do Hamas, juntamente com vários dos seus amigos.… pic.twitter.com/pbUIYbO5hk
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) February 21, 2024
O chanceler tem feito críticas e provocações ao presidente desde domingo. Na data, a mesma em que a declaração foi feita, ele afirmou que “as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e sérias”.
No dia seguinte, na segunda (19), ele afirmou que o petista será “uma persona non grata em Israel até que peça desculpas e se se retrate”. Ontem (20), Katz disse que a declaração do petista foi “promíscua” e “delirante”, e voltou a cobrar uma retratação.
“Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então – continuará sendo persona non grata em Israel”, escreveu o chanceler israelense.
Apesar da insistência de Katz, o governo Lula já adiantou que descarta uma retratação. O assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que “quem tem que pedir desculpas é Israel, e não é ao Brasil, mas à humanidade”.
Além do chanceler, o próprio primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e a página oficial de seu governo têm feito ataques ao presidente brasileiro. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, avalia que Israel vive uma “página triste na diplomacia”.