Charlatão da cloroquina, Bolsonaro alega que elaborou “sofisticada política pública” na pandemia

Atualizado em 21 de junho de 2024 às 22:35
Jair Bolsonaro segurando caixa de cloroquina e olhando para o lado sério, perto de microfone e de bandeiras
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com caixa de cloroquina – Reprodução

Na noite desta sexta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um longo texto em sua página no X/Twitter, alegando que, durante a pandemia da Covid-19, elaborou “uma sofisticada política pública que tinha como pilar básico salvar vidas”.

No entanto, em dezenas de discursos oficiais, o ex-mandatário fez apologia ao uso da cloroquina, que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem eficácia contra o coronavírus. O político do PL também tecia críticas severas às medidas de restrição e distanciamento social.

Quando contraiu a doença, Bolsonaro afirmou, em discursos dados em inaugurações obras no interior do país, solenidades do Executivo e reuniões com autoridades, que havia sido curado fazendo uso da hidroxicloroquina e de outro medicamento sem eficácia comprovada, Annita, vermífugo a base de nitazoxanida. Ele também criticou governadores que rejeitavam o que era chamado de tratamento precoce:

“Durante a pandemia elaboramos uma sofisticada política pública que tinha como pilar básico salvar vidas. Para tanto foram transferidos centenas de bilhões de reais diretamente para as famílias, para as empresas e para os governos estaduais e municipais. Sob o lema mais Brasil e menos Brasília, a ajuda do governo federou foi rápida e sem burocracias.

Para ajudar nossos irmãos gaúchos o governo federal precisa seguir a mesma linha: confiar mais na população e governos locais. Para isso é necessário desburocratizar e acelerar a transferência de recursos para a população por meio de auxílios financeiros diretos as famílias. Também é fundamental retomar o BEm (Benefício Emergencial) para garantir a manutenção dos empregos (durante a pandemia o BEm salvou mais de 10 milhões de empregos).

Também é necessário crédito desburocratizado para as pequenas e microempresas. Por fim, o Regime de Recuperação Judicial do Rio Grande do Sul precisa levar em conta a catástrofe atual: não adianta repassar recursos para o estado se o regime de recuperação cria amarras para o uso desse recurso. Fundamental ainda fornecer socorro financeiro para as finanças do estado que certamente tiveram perdas expressivas de arrecadação.

Em resumo, para ajudar o Rio Grande do Sul o governo federal deveria seguir o lema: Mais Brasil e Menos Brasília, passando recursos diretamente para as famílias e governos locais e deixando que estes escolham as melhores opções do que fazer com esses recursos.”

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