Na reunião de chanceleres do G20 no Rio de Janeiro, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, elogiou a proposta brasileira para reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, considerando-a “muito boa”. O Brasil tem defendido ativamente essa reforma durante sua presidência no bloco, composto pelas principais economias globais.
Borrell destacou a necessidade de mudanças no Conselho de Segurança devido à disparidade de poder entre os membros permanentes, que possuem poder de veto, e os demais. Ele ressaltou a importância de tornar o órgão mais funcional e inclusivo, afirmando que a reforma não implica necessariamente na criação de uma nova instituição, mas sim em melhorar o funcionamento do que já existe.
O Conselho de Segurança enfrentou dificuldades para chegar a consensos sobre questões como Coreia do Norte, Síria e os ataques de Israel em Gaza, evidenciando a necessidade de reforma. No entanto, qualquer alteração na estrutura atual exigiria uma emenda na Carta das Nações Unidas, o que poderia ser vetado pelos membros permanentes.
A proposta de reforma também recebeu apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um encontro recente com o presidente Lula (PT). Biden destacou a importância de expandir o Conselho de Segurança para incluir países da América Latina, África e Oriente Médio, sem especificar candidatos.
Enquanto isso, em relação ao conflito entre Israel e o grupo Hamas, o diplomata solicitou que o Brasil seja um defensor da solução de dois Estados, garantindo os direitos dos palestinos e a segurança de Israel. Ele considerra essa posição como crucial para alcançar estabilidade política na região.
“Todos concordam que a guerra deve acabar, mas não concordam sobre como fazer isso (…) Não haverá segurança e estabilidade política para Israel enquanto a Palestina não tiver seus direitos garantidos”, disse.
Apesar do desejo por reformas e soluções diplomáticas, a reunião do G20 acontece em meio a uma crise entre Brasil e Israel, após declarações polêmicas de Lula sobre o conflito em Gaza. Esta situação destaca a complexidade dos desafios enfrentados pela comunidade internacional no cenário geopolítico atual.
O G20 reúne as maiores economias do mundo, representando cerca de 85% do PIB global, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial. Além dos países membros, diversos países convidados e entidades internacionais também participam do encontro, refletindo sua importância no cenário global.