“Cheiramos muito fósforo branco. Estamos doentes, estão nos matando”, diz brasileira em Gaza

Atualizado em 7 de novembro de 2023 às 17:29
A brasileira Shahd al-Banna, de 18 anos, que está na Faixa de Gaza

Shahd al-Banna, uma brasileira de 18 anos que vive na Faixa de Gaza, compartilhou com a Sputnik Brasil seu testemunho sobre como o bloqueio e os bombardeios de Israel têm afetado a vida dos residentes, incluindo a falta de necessidades básicas como água potável e eletricidade, além de uma constante insegurança.

O massacre, que começou há um mês, tem causado um número substancial de baixas palestinas, com mais de 10 mil mortes, incluindo mais de 4 mil crianças, de acordo com dados do Ministério da Saúde da Palestina e de organizações internacionais.

Shahd, deslocada para o sul de Gaza devido aos intensos ataques no norte, descreve a situação como sem segurança e com dificuldades de comunicação devido à destruição das redes. O bloqueio imposto por Israel tem dificultado a vida dos quase 3 milhões de habitantes de Gaza.

“Não temos uma rotina exata. A rotina é esperar sair daqui. Estamos sem gás e sem água mineral. Internet e luz já não temos há um tempão. Eu tô sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção. É ruim beber água salgada, é muito ruim”, afirma.

Os esforços diplomáticos para evacuar os brasileiros têm enfrentado desafios, com o assessor para assuntos internacionais do Brasil, Celso Amorim, expressando frustração pela falta de progresso nas negociações com as autoridades israelenses e egípcias.

“A gente tem um contato direto com a embaixada [do Brasil]. Eles falam que estão esperando que até quarta-feira [8] a gente saia daqui, mas eu não sei. De repente a fronteira fecha, depois abre de novo. Os brasileiros estão bem, mas a maioria das crianças estão doentes. Por causa dos bombardeios que aconteceram no norte, cheiramos muito fósforo branco, estão nos matando. É terrível. Eu estou com enjoo a maioria do tempo, e minha irmã também. Estamos com febre”, completa Shahd.

Shahd relata sintomas como náusea e febre, evidenciando a gravidade da situação humanitária.