Shahd al-Banna, uma brasileira de 18 anos que vive na Faixa de Gaza, compartilhou com a Sputnik Brasil seu testemunho sobre como o bloqueio e os bombardeios de Israel têm afetado a vida dos residentes, incluindo a falta de necessidades básicas como água potável e eletricidade, além de uma constante insegurança.
O massacre, que começou há um mês, tem causado um número substancial de baixas palestinas, com mais de 10 mil mortes, incluindo mais de 4 mil crianças, de acordo com dados do Ministério da Saúde da Palestina e de organizações internacionais.
Shahd, deslocada para o sul de Gaza devido aos intensos ataques no norte, descreve a situação como sem segurança e com dificuldades de comunicação devido à destruição das redes. O bloqueio imposto por Israel tem dificultado a vida dos quase 3 milhões de habitantes de Gaza.
“Não temos uma rotina exata. A rotina é esperar sair daqui. Estamos sem gás e sem água mineral. Internet e luz já não temos há um tempão. Eu tô sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção. É ruim beber água salgada, é muito ruim”, afirma.
“A gente tem um contato direto com a embaixada [do Brasil]. Eles falam que estão esperando que até quarta-feira [8] a gente saia daqui, mas eu não sei. De repente a fronteira fecha, depois abre de novo. Os brasileiros estão bem, mas a maioria das crianças estão doentes. Por causa dos bombardeios que aconteceram no norte, cheiramos muito fósforo branco, estão nos matando. É terrível. Eu estou com enjoo a maioria do tempo, e minha irmã também. Estamos com febre”, completa Shahd.
Shahd relata sintomas como náusea e febre, evidenciando a gravidade da situação humanitária.
"A maioria das crianças está doente. Por causa dos bombardeios que aconteceram no norte, cheiramos muito fósforo branco. Eu estou sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção", diz brasileira residente da Faixa de Gaza Shahd al-Banna em relato à Sputnik Brasil. pic.twitter.com/1NKAXuSX1c
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) November 7, 2023