China revela pela primeira vez detalhes do teste do míssil ‘assassino de porta-aviões’

Atualizado em 16 de novembro de 2020 às 14:40
China revela pela primeira vez detalhes do teste do míssil ‘assassino de porta-aviões. Foto: AFP

Publicado originalmente no site Sputniknews

A China revelou que os dois mísseis antinavio de longo alcance testados no mar do Sul da China em agosto deste ano atingiram um navio oceânico.

De acordo com um especialista chinês citado pelo jornal South China Morning Post, os mísseis atingiram um navio em movimento que simulava um alvo. O analista assegura que se trata de uma advertência aos EUA. Testar os mísseis DF-21D e DF-26B contra embarcações reais transmite claramente a mensagem de que os navios da Marinha norte-americana operando perto da China estão em risco.

Os dois mísseis voaram milhares de quilômetros e alcançaram o alvo, um navio em movimento próximo das ilhas Paracel, no mar do Sul da China, segundo o jornal.

Um dos mísseis, um DF-26B, foi lançado da província de Qinghai, enquanto o DF-21D foi disparado da província de Zhejiang.

Os lançamentos foram realizados um dia depois de Pequim detectar um avião espião U-2 dos EUA em uma zona de interdição de voo durante um treinamento naval.

“Vários dias depois, lançamos o DF-21 e DF-26, e os mísseis atingiram um navio que navegava ao sul das ilhas Paracel”, disse à mídia o especialista e ex-coronel Wang Xiangsui em um evento ocorrido no mês passado na China.

“Pouco depois, um grupo militar norte-americano em Genebra se queixou e disse que isto poderia ter provocado sérias consequências, caso os mísseis tivessem atingido um porta-aviões norte-americano […]”, afirmou.

O especialista também ressaltou que as ações da China são uma espécie de sinal para Washington.

“Esta é uma advertência aos EUA, pedindo para que não corram riscos militares […] Estas ações são resultado do confronto sino-americano”, ressaltou.

Por sua vez, Washington afirma que o avião U-2 não violou as regras internacionais e que os movimentos de seus militares continuariam.

Recentemente, os EUA elevaram sua presença militar, posicionando jatos e navios próximo das fronteiras chinesas, o que Pequim considera uma ameaça. Washington, por sua vez, segue desafiando as reivindicações de Pequim sobre o mar do Sul da China, conduzindo operações militares nas águas disputadas.