O deputado Chiquinho Brazão, atualmente sob suspeita no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, nomeou o filho e viúva de um indivíduo que seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e também implicado no caso, confessou ter assassinado em março de 1987.
Durante a gestão de Eduardo Paes (PSD), Chiquinho Brazão nomeou Luiz Cláudio Xavier dos Reis Junior e Katia Cristina Paiva Xavier na Secretaria Municipal de Ação Comunitária. Não só isso, Luiz Cláudio já havia trabalhado com o deputado no ano anterior na Câmara. Katia, por sua vez, era a viúva de Luiz Cláudio Xavier dos Reis, o homem cujo assassinato Domingos confessou décadas atrás.
A relação entre Kátia e a família Brazão tomou um rumo diferente após o crime, culminando em um filho com o próprio Chiquinho, embora os dois não mantenham mais um relacionamento.
As tentativas de contato com Katia, Luiz Cláudio e as defesas de Chiquinho e Domingos foram infrutíferas até o momento da reportagem divulgada pela Folha de S.Paulo. Antes de sua prisão, o veículo questionou Domingos sobre a nomeação, mas ele não comentou sobre o assunto.
O incidente fatal remonta a março de 1987, durante a festa de aniversário de 22 anos de Domingos. O conflito surgiu quando Luiz Cláudio acusou Domingos de ter um relacionamento com sua esposa, Katia. Isso levou Domingos a disparar contra Luiz Cláudio e seu amigo, resultando na morte de Luiz Cláudio e ferimentos no amigo.
Após uma série de reviravoltas legais, Domingos confessou o crime, alegando legítima defesa. No entanto, suspeitas sobre ele já pairavam desde seus dias anteriores à carreira política.