Choro, aplausos e protestos: saiba como foi a estreia de “Ainda Estou Aqui” no Brasil

Atualizado em 19 de outubro de 2024 às 8:00
Selton Mello e Fernanda Torres no filme “Ainda Estou Aqui”. Foto: divulgação

O aguardado filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, teve suas primeiras exibições no Brasil na última sexta-feira (18), como parte da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O longa, que representa o Brasil na disputa pelo Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional, foi destaque nos festivais internacionais e está previsto para estrear oficialmente no dia 7 de novembro.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme retrata a luta de sua mãe, Eunice Paiva, após a morte de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura militar em 1971.

A produção, estrelada por Fernanda Torres e Selton Mello, com uma participação especial de Fernanda Montenegro, emociona ao abordar uma história marcada pela dor e pela busca por justiça.

Durante as sessões no Espaço de Cinema Augusta, os espectadores demonstraram suas emoções. Em uma das salas, aplausos tímidos foram interrompidos por gritos como “ditadura nunca mais” e “Eunice presente!”. Em outra, os aplausos duraram cerca de um minuto, intensificando-se quando os nomes de Fernanda Montenegro e Walter Salles apareceram nos créditos finais. Muitas pessoas foram vistas chorando, especialmente durante a cena com Fernanda Montenegro.

Marcelo Rubens Paiva, escritor do livro que inspirou o filme “Ainda Estou Aqui”. Foto: reprodução

A fila para garantir os ingressos começou cedo. Antônio Carlos Messias Filho, de 39 anos, foi o primeiro da fila, chegando às 7h50. Fã de longa data de Walter Salles, ele expressou grande expectativa. “Admiro muito o trabalho do Walter Salles desde ‘Central do Brasil’ (1998). Já sei o que esperar dele. Mas há esse hype em torno do Oscar. Dizem que é o filme brasileiro com maior chance de ganhar até hoje”, afirmou.

Ao sair da sessão, Messias disse que suas expectativas foram superadas: “O roteiro é incrível. Não à toa foi premiado em Veneza. E Selton Mello, mesmo com pouco tempo de tela, tem uma presença marcante ao longo do filme”.

O enredo do filme atraiu espectadores que vivenciaram de perto o período retratado. Ana Knippel Galleta, psicóloga de 70 anos, estava entre os primeiros na fila. Ex-líder estudantil durante a ditadura militar, ela compartilhou suas experiências: “Essa história também é minha. Fui líder estudantil na PUC-São Paulo, meu namorado foi preso pelo Doi-Codi. Conheci a Veroca, irmã de Marcelo Rubens Paiva, e militamos juntas”.

Outro espectador, Natan Aguilera, de 22 anos, ressaltou a originalidade da abordagem do filme. “Já vi muitos filmes sobre a ditadura, mas nunca sob a perspectiva de uma casa de família”, comentou o jovem social media.

Já o cineasta Rommel Cuellar, de 30 anos, destacou a importância do filme em termos sociais e políticos. “O roteiro é clássico e tem uma dinâmica perfeita para a emoção no final. ‘Ainda Estou Aqui’ é para quem não conhece a ditadura ou nega que ela tenha existido, algo comum no governo anterior”, declarou.

Ainda com mais uma exibição marcada para este sábado (19), às 21h, no mesmo cinema, os ingressos para a sessão já estão esgotados.

Confira o trailer oficial do filme:

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