Em Umbaúba (SE), onde Genivaldo de Jesus Santos foi assassinado, na quarta-feira passada (25/05), por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dois jovens afirmaram em boletins de ocorrência que foram agredidos e ameaçados por agentes da corporação dois dias antes do episódio.

Um homem de 21 anos e um adolescente de 16 relatam nos documentos que receberam chutes, tapas e pisões no rosto, mesmo algemados com as mãos para trás. Segundo os jovens, quatro agentes estavam presentes na abordagem. Após as agressões, eles dizem que foram colocados no camburão da viatura da PRF.

Assim como Genivaldo, os dois estavam de moto no momento em que foram abordados. O caso ocorreu no dia 23 por volta das 19h e os boletins de ocorrência foram registrados no dia 27.

Nos relatos de agressão feitos à Polícia Civil, os jovens afirmam que decidiram fugir ao perceberem a presença dos policias, por estarem sem capacete e com a motocicleta com documentação irregular.

De acordo com os dois boletins registrados, “ao perceber que não conseguiriam fugir”, os jovens “pararam a motocicleta, mas, mesmo assim, foram atingidos pela viatura” e caíram no chão.

O homem de 21 anos, que pilotava o veículo, contou que foi agredido com “chutes na cabeça, no abdômen e no tronco em si” quando já estava no chão.

Depois, os agentes mandaram que ele “ficasse sentado e começaram a lhe dar tapas no rosto”. O homem, então, relata ter pedido para que os policiais não o matassem: “Não me mate não, me leve preso”, ao que um dos policiais respondeu: “Vou te levar pra mata pra você aprender!”.

O motociclista diz que foi colocado no camburão da viatura da PRF e levado ao posto de Cristinápolis — a 16 km de Umbaúba.