Chuvas no RS: 30% de cidade terá que ser reconstruída em outro local

Atualizado em 12 de maio de 2024 às 9:48
Lodo toma ruas de Muçum (RS) após água escoar. Foto: Reprodução

A cidade de Muçum, a 115 km de Porto Alegre, foi uma das mais afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Essa foi a terceira vez em menos de um ano que a cidade foi inundada e destruída pela força da água – a primeira delas ocorreu em setembro do ano passado. Com informações do Globo.

O município, que ainda se recuperava dos impactos anteriores, terá que ser reconstruída em outro local. Segundo o prefeito de Muçum, Mateus Trojan (MDB), ao menos 30% da cidade terá que mudar de lugar.

“Precisaremos remanejar de forma imediata a logística. Pelo menos 30% da cidade vai ter que ser reconstruída em outro lugar. Envolve muitos fatores, logística, recursos, é muito complexo, não acontecerá de uma semana para outra”, disse.

“Temos que avançar nas áreas que vamos precisar fazer em terraplanagem, ter o licenciamento. Isso demanda desapropriação de terras, além de aspectos culturais, de infraestrutura, água, e que vão além da capacidade financeira do município”, acrescentou o prefeito, que reforçou a importância da ajuda federal e estadual.

O ciclone que atingiu a região em setembro de 2023 destruiu mais de 200 casas, e o prejuízo atual ainda não foi totalmente avaliado. Trojan destacou que a cidade já estava em processo de reestruturação desde a última inundação, quando parte da população foi realocada.

“Estávamos neste processo desde os eventos do ano passado. Já tínhamos feito a proibição de moradias nas áreas destruídas e removido quem estava em áreas com risco iminente, mas ainda era algo em desenvolvimento”, afirmou Trojan.

Prefeito de Muçum (RS), Mateus Trojan (MDB). Foto: Reprodução

“O que foi destruído em 2023, as pessoas já estavam cientes que não era possível reconstruir no mesmo lugar. Agora é ir de encontro com os novos afetados, explicar o que vamos fazer, qual é o projeto, para tentar levar uma nova vida a essas pessoas”, continuou.

Devido às fortes chuvas, o nível do Rio Taquari ultrapassou os 25 metros, causando devastação em 80% da zona urbana e deslizamentos no entorno de Muçum. A cidade, com cerca de 5 mil habitantes, ficou isolada por conta dos 748 mm de chuva registrados até 4 de maio.

Trojan afirmou que ver a cidade destruída mais de uma vez em um curto período de tempo desperta sentimentos que ultrapassam os desafios pragmáticos e causa uma crise de identidade nos moradores.

“A gente se sente desiludido, desarmado de munição para conseguir combater um novo evento desse. E com um abalo emocional muito grande. Há uma perda do nosso senso de pertencimento à cidade, e também de autoestima do local em que a gente mora”, disse.

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