Cientista desmente Greenpeace sobre corais na Foz do Amazonas: “Fake news”

Atualizado em 1 de novembro de 2024 às 17:48
Corais no oceano. Foto: Divulgação

O pesquisador Luís Ercílio Faria Junior, doutor em Ciências Naturais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), elogiou a declaração da diretora da Petrobras, Sylvia Anjos, que classificou a existência de uma barreira de corais na Margem Equatorial Brasileira como uma “fake news científica”, originada por informações do Greenpeace em 2017.

Segundo ele, essas alegações estão sendo utilizadas pelo Ibama para restringir os estudos exploratórios da Petrobras na região. O cientista enfatiza que qualquer debate sobre a presença ou não de corais deve basear-se na análise do mapa geológico oficial da plataforma continental do Brasil, elaborado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

“Para mim, o que a diretora Sylvia disse foi excelente, pois ela ressaltou a importância de considerar o mapa geológico do Brasil para estudos ambientais, e não elucubrações ou imaginações de pessoas que, como eu disse, nunca estiveram na área e ficam fazendo mapinhas de computador”, declarou.

O pesquisador relembrou que o Brasil possui mais de 50 anos de estudos geológicos na plataforma continental da região Norte, com pesquisas pessoais iniciadas na década de 80, através do projeto AMAS-SEDS (Amazon Shelf Sedimentary Studies). Com a participação de mais de 100 pesquisadores, o projeto buscou compreender a geologia e biologia da área, gerando dados que sustentam a ausência de recifes de corais.

De acordo com o especialista, não existem recifes de corais na plataforma continental brasileira. Ele destacou que a região já esteve abaixo do nível do mar em várias ocasiões, o que contribuiu para a formação de rochas calcárias e carbonáticas, mas não justifica a existência de barreiras de corais como as da Austrália. “Essa ideia é uma ‘fake científica’, desmentida por mais de 50 anos de estudos consistentes”, afirmou.

Margem Equatorial. Foto: Divulgação

O pesquisador recordou um episódio em 2017, durante uma audiência pública sobre o licenciamento ambiental do bloco FZA-M-059, operado pela BP. Na ocasião, o Greenpeace apresentou um mapa alegando a presença de corais, mas o pesquisador contestou a legitimidade do material, afirmando que não correspondia à realidade geológica da região.

Ao criticar o Greenpeace, o pesquisador ressaltou que a organização não é uma entidade científica. Embora colaborem com pesquisadores, suas publicações carecem de rigor científico, o que pode levar a interpretações distorcidas sobre dados geológicos.

Por fim, ele elogiou a recente postura da Petrobras, que se manifestou contra as alegações sobre os corais. “É hora de deixar a ficção de lado e focar na realidade. O que a diretora afirmou é crucial: devemos basear os estudos em evidências geológicas, não em especulações”, concluiu.

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