Cinco vezes em que Casagrande foi gigante e detonou o governo Bolsonaro

Atualizado em 6 de julho de 2022 às 17:14
Casagrande. Foto: Reprodução/YouTube

Walter Casagrande deixa a TV Globo após 25 anos de parceria, mas sua ligação com futebol vem muito antes de ser comentarista. Ele foi jogador e se tornou um dos maiores ídolos da história do Corinthians, fazendo parte da Democracia Corintiana, que fez parte do Movimento Diretas Já.

Seu lado político sempre esteve presente no campo e nas entrevistas. Ao lado de Sócrates, nunca deixou de falar dos problemas do Brasil, independentemente das consequências que gerariam em sua vida.

Nos últimos quatro anos, Casagrande aproveitou seu espaço na Globo para criticar o governo Bolsonaro. Em 2017, ficou indignado ao ver jogadores de futebol defendendo pautas bolsonaristas, como Felipe Melo, que na época era do Palmeiras e hoje joga no Fluminense, e Jadson, na ocasião era do Corinthians e atualmente atua no Vitória.

Ele se tornou alvo dos apoiadores do atual presidente da República, mas nunca se calou. Relembre cinco momentos em que o ex-jogador detonou o governo:

Bolsonaro na ONU

Em setembro do ano passado, Bolsonaro discursou na ONU e Casagrande o criticou durante o “Seleção SporTV”

“Nós temos um presidente, na ONU, que não para de falar mentiras, é isso que ele fez lá, contar mentiras. Por isso, eu parabenizo você, Gabi (Moreira), que é por você, que fez uma baita matéria sobre a investigação em cima do (Rogério) Caboclo que a gente fica feliz, não por esses mentirosos, Caboclo e Bolsonaro”, disse ele.

Governo cruel

No mês passado, Casagrande participou do programa Encontro com Fátima Bernardes. O comentarista aproveitou a oportunidade para detonar a gestão atual do governo federal.

“Temos um governo covarde, perverso e muito cruel. As pessoas não estão tendo mais medo de ser cruéis. As pessoas não estão tendo mais medo de ser homofóbicas, as pessoas se soltaram e isso machuca a gente. O povo brasileiro não é assim, é um povo alegre. O Brasil é alegre! Assusta este momento porque não é a nossa cara. Isso assusta. A gente não pode ficar calado. Nós somos figurantes desse filme de terror”, criticou.

Violência no futebol

No fim do ano passado, a torcida do Grêmio se revoltou com mais uma derrota da equipe gaúcha e invadiu o campo, provocando enorme violência no estádio. Casagrande, que fazia parte da equipe que transmitia o jogo na Globo, aproveitou para criticar Bolsonaro.

“Claro, essa agressividade sempre existiu no futebol brasileiro, e invasões de campo não são novidade. Eu reconheço isso. Mas também não me parece coincidência que tanta violência aconteça neste momento em que temos um presidente que espalha ódio”, detonou.

Compara Neymar ao Bolsonaro

Em junho do ano passado, durante a Copa América, Neymar se irritou com os brasileiros que torciam pela Argentina. Casagrande não gostou do desabafo do jogador e rebateu.

“Eu nunca vi o Neymar ficar bravo com toda a crise que a gente vive no Brasil. O problema do Neymar é torcer para a Argentina, aí ele fica bravo, aí ele se acha um patriota, aí ele se sente um brasileiro. Ele acha que ser brasileiro é isso? A definição de brasileiro do Neymar é não gostar quando alguém fala que torce pela Argentina”, falou o comentarista no SporTV.

“Nós estamos com problema até a testa, para cima da cabeça, com gente morrendo, discussão de vacina, e ele não fica bravo com isso. Ele não fica bravo com as pessoas que morrem por causa de incompetência do governo Bolsonaro. Ele não fica bravo que o governo não se mexeu para comprar vacina e tá tendo suspeita de propina, de desvio de verbas e rachadinha. Aí ele não fica bravo. Quem fica bravo sou eu quando vejo isso”, completou.

Bolsonaro e o futebol

Em 2021, a Conmebol recebeu a informação dos governos da Argentina e da Colômbia que eles não poderiam mais fazer a Copa América. Desta forma, o Brasil aceitou em organizar o torneio, mesmo com o alto índice de pessoas internadas e morrendo por causa da Covid.

“O presidente da CBF é um ditador, está se mostrando um ditador. Se o Jair Bolsonaro envergonha o país na parte política, o presidente da CBF está envergonhando o futebol brasileiro. Com ele, nós não vamos perder de 7 a 1, nós vamos perder de 20 a 0. É uma vergonha o que esses caras estão fazendo”, massacrou Casagrande.