Clã Bolsonaro fez live para desmoralizar operação da PF horas antes de fugirem em lancha

Atualizado em 29 de janeiro de 2024 às 12:41
Jair Bolsonaro e os filhos em live. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou veementemente, em live realizada na noite de domingo (28), as acusações de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria praticado monitoramento ilegal de adversários políticos durante o seu governo. A declaração precedeu a operação da Polícia Federal (PF) que, na manhã desta segunda-feira (29), cumpriu mandados de busca e apreensão na residência e gabinete do seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), por suspeita de participação no esquema.

Durante a live, Bolsonaro caracterizou a alegação da “Abin paralela” como uma “narrativa” e elogiou o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL), chamando-o de “cara fantástico”. Ele afirmou não ter conhecimento das atividades da Abin, Polícia Federal (PF), Marinha ou Aeronáutica, refutando qualquer envolvimento direto em ações de inteligência. “Não sei se alguém segurava pelo caminho ou desinformava”, acrescentou Bolsonaro.

Na manhã seguinte, a PF realizou a operação para investigar indícios de um esquema de espionagem ilegal na Abin durante o governo Bolsonaro. Carlos é suspeito de ter sido um dos destinatários de informações levantadas de forma clandestina.

Na casa em que a Polícia fez busca, em Angra, no Rio de Janeiro, estavam, além de Carlos, o próprio pai do bando, Jair, e os demais filhos eleitos: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio (PL-RJ). Segundo o G1, o grupo teria fugido do local de lancha, deixando para trás equipamentos que serão periciados, pela PF, como um computador da Abin.

Bolsonaro nos tempos em que podia sair de jet ski sem a polícia em seu encalço

A investigação teve início em março do ano passado, após reportagens do jornal O Globo revelarem a existência do programa secreto, o  “FirstMile”, utilizado para monitorar a localização de adversários políticos.

Além de o filho “02” do ex-presidente, um policial federal que integrava os quadros da Abin na gestão passada também foi alvo da operação. Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal.

Em resposta aos recentes atos da investigação Operação Última Milha, Bolsonaro reiterou sua negação quanto ao conhecimento de atividades ilegais de seus aliados e filhos, e destacou a importância de aguardar os desdobramentos da investigação para esclarecer os fatos.

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