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O que fica óbvio é que a família BolsoNero só governa para si.
Não têm noção da importância de governar um país do tamanho e importância do Brasil. Não estão nem aí para a pesquisa ou para a Amazônia.
É gente com raiz no crime organizado, que disputa na base da corrupção e assassinatos. Bolsonaro age sob uma lógica pessoal e familiar.
E, pelo jeito, parcelas cada vez maiores da sociedade começam a enxergar as reais intenções de suas falas e atitudes. É o que mostram uma série de pesquisas de opinião publicadas nesta semana.
Começou com a pesquisa da CNT/Sensus que apontou 53% de desaprovação de Bolsonaro. Na pesquisa do DataFolha o percentual dos que avaliam o governo como bom e ótimo caiu de 33% para 29%.
E dos que consideram o governo como ruim e péssimo foi de 33% para 39%.
No Nordeste o índice de ruim/péssimo subiu para 52%.
Sua pior avaliação aumentou entre os ricos, mas está pior entre os mais pobres e os jovens. Cresce cada vez mais o percentual de brasileiros que não confiam na sua palavra (44%).
Outras pesquisas como a do VoxPopulis e XP confirmaram essas tendências. Na primeira, 62% apontam que sua vida era melhor na época do Lula e o DataFolha aponta que se a eleição fosse hoje e o segundo turno fosse disputado entre Haddad e Bolsonaro, o petista ganharia por ampla vantagem (46% a 34%).
As queimadas na Amazônia, a aprovação da reforma da previdência e a manutenção do alto índice de desemprego provavelmente colaboraram com esses indicadores.
Essas pesquisas são recados da insatisfação da população, mas também da burguesia para que seu governo se “comporte”. Mas o sistema fascista continua politicamente ativo.
Mas, se a desaprovação do governo cresce, a sustentação do mesmo ainda preocupa. Isso porque a famílicia é uma das faces de um sistema político criado a partir de 2013 no Brasil, que tem os tucanos à frente e os grandes interesses empresariais nacionais e estrangeiros e de outras castas por trás, como o judiciário e a cúpula das forças armadas.
É sustentada ainda pelos sistema financeiro, pelos pastores neopentecostais e pela mídia grande. Usam a retórica do ódio e do antipetismo.
Assim faz a dupla “Bolso-Dória” e suas constelações.
A ação desses setores não é sustentada pela polarização política somente: a violência política é instrumento usado quando precisam, como as prisões e ameaças contra os seus opositores.
Infelizmente é um fenômeno que veio pra ficar.
Uma força política que emergiu contrária à dos direitos dos trabalhadores e das camadas mais populares. Seus representantes querem a riqueza nacional, seja o petróleo, mais terras para o agronegócio e querem a Amazônia.
Esse sistema tem funcionado bem. Deu o Golpe em 2016, financiou as eleições de 2016 para derrotar a esquerda e de 2018 que colocou o fascista no governo.
Conseguiu quase tudo até agora, com quase a extinção dos direitos trabalhistas e agora com a tentativa – já aprovada pelos mais de 350 deputados – de acabar com a Previdência Social, o aumento desenfreado do uso de agrotóxicos e do desmatamento, com os cortes de investimentos nas políticas sociais e agora nas universidades públicas e a manutenção de alto índice de desemprego.
Se tirar o BolsoNero, tem Mourão e tem Rodrigo Maia. Huck e Doria estão na fila. E o sistema mantém Lula preso, apesar de todas as evidências de um julgamento fajuta e sem provas.
Nós da Oposição temos que nos unir por Lula livre e fazermos uma oposição programática, com pautas tradicionais e atuais.
E com narrativa que seja compreendida pelo nosso povo e pelos setores que se afirmam “neutros”. Há espaços para essas ações.
Por exemplo, dar mais divulgação ao Plano Emergencial contra o Desemprego que os economistas do PT elaboraram e apoiar a luta contra a destruição do sistema de pesquisas e das universidades públicas, alem da defesa da Amazônia e da Previdência Social.
Atos nas ruas, disputa nas redes e preparação para ganhar as eleições do ano que vem são fundamentais para recuperar a hegemonia das ideias progressistas e de esquerda. Vamos à luta!